Um local mais adequado foi construído para receber os animais no canil e eles ficam até o dono ser localizado, sendo liberado após o pagamento da multa de R$ 125 e das diárias.
O Departamento de Proteção Animal de Rio Claro (SP) recolhe nas ruas cerca de 20 animais de grande porte por mês abandonados. Muitos são cavalos usados para transporte de cargas que são deixados pelos donos quando ficam velhos e doentes.
A imagem de cavalos soltos entre os carros é comum em Rio Claro. Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), um deles foi encontrado pelo Departamento de Proteção Animal após uma denúncia por telefone. Quem deixar animais de grande porte soltos nas ruas pode ser multado.
“Ele está muito mal e a veterinária vai poder falar melhor, mas a primeira vista é um cavalo extremamente magro, com muito carrapato e muito provavelmente foi um descarte aqui na Unesp”, afirmou Gisele Pfeifer, diretora do departamento.
“Está com bastante cólica, é [uma situação] difícil de ser revertida. Tem animais que não aguentam”, explicou a veterinária Madyara Fávaro.
O cavalo vai receber todos os cuidados no canil da cidade, assim como aconteceu com o Pipoca, que chegou no mesmo estado há três meses, e hoje está saudável.
“Veio nem magro, ele está com problemas nas patinhas, que a gente chama de chinelada, e tem todo um protocolo de aplicação de soro, polivitamínico e alimentação. Hoje o Pipoca está lindo”, disse Gisele.
Foi preciso construir um local mais adequado para receber os animais. Eles ficam no local até o dono ser localizado, sendo liberado após o pagamento da multa de R$ 125 e das diárias.
No caso da égua Larissa, que estava totalmente cega, a saída não foi autorizada. “Porque ele não tem um local adequado ainda mais por ser uma égua cega, que tem que ficar num lugar menor, tem que ficar sozinha, tem que ter cuidados a mais em relação a um animal que não é cego”, disse Gisele.
Ela foi colocada então para adoção e pode ter a sorte de ser escolhida por um cuidador de animais, como Fábio Eduardo Nunes. Ele acabou de receber uma égua adulta com marcas de maus- tratos.
“Marca de corda no pescoço, muito carrapato, os olhos não paravam de lacrimejar, tivemos que fazer um tratamento. Estamos recuperando eles”, disse.
Ela ganhou o nome de Princesa e fica em um local separado até se recuperar. Não foi a primeira vez que ele e a filha estudante de veterinária adotaram um animal de grande porte do canil municipal.
Um outro cavalo também foi acolhido no sítio. “Nossa intenção é procurar doar para uma pessoa que tenha a capacidade de cuidar, dar carinho, ciente dos gastos que vai ter. Não é só tratar e deixar a Deus dará”, afirmou a estudante de veterinária Brenda Nunes.
A família tem o costume de resgatar todos os tipos de animais que necessitam de cuidados. O sítio fica cheio deles, hoje recuperados e felizes.
“Desde porte grande até o pequeno você tem que ter uma paixão pelo animal. Gostar não é hobby e não é esporte. Você tem que ter uma paixão por eles e é o meu caso e o da minha filha. A gente ama os animais”, destacou o cuidador.
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara