Além de partes do que restaram da aeronave, equipamentos e bagagens também foram transportados em 3 contêineres do local da tragédia para Ribeirão Preto, sede da empresa.
Foi concluída a etapa do trabalho de remoção dos destroços da aeronave da Voepass, que caiu no condomínio Recanto Florido em Vinhedo (SP) há uma semana. A tragédia aérea deixou 62 mortos. Além de partes do avião, equipamentos e bagagens também foram transportados em três contêineres. Imagens gravadas nesta sexta-feira (16) e sábado (17) mostram o local e o transporte dos materiais em três contêineres.
Todo o material foi recolhido da área do residencial e encaminhados para a sede da empresa aérea em Ribeirão Petro (SP), onde os itens serão separados, higienizados e descontaminados. As bagagens e demais pertences serão entregues às famílias das vítimas.
A equipe da EPTV, afiliada da Globo para Campinas e região, registrou imagens de como ficou o local e também dos caminhões com os contêineres saindo do residencial em Vinhedo e seguindo em direção a Ribeirão Preto. Dois veículos saíram na noite de sexta-feira (16) e um na manhã deste sábado (17).
Homenagens
Em homenagem às 62 vidas perdidas, duas missas de sétimo dia aconteceram nesta sexta-feira (16): uma em Vinhedo, na Comunidade São Roque, às 19h30; e outra na Catedral Metropolitana de Campinas, a cerca de 20 quilômetros do acidente, às 12h15.
“Eu jamais poderia deixar de participar desta missa porque me sinto igual aqueles familiares que não puderam vir. Vim em homenagem a eles. Foi um susto muito grande, um impacto que nunca vi. Um estrondo que nunca tinha ouvido, como se fosse uma bomba. Que Deus os conforte e dê um lugar para eles [vítimas] no céu”, disse um dos participantes da missa .
Outro participante das missas declarou que foi até a igreja para rezar pelas vítimas. “Muito difícil esse momento. Lamentável. Vim para orar pelas almas, agradecer a Deus e desejar que essas pessoas estejam em um bom lugar”, afirmou.
Na sexta-feira (16), o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo liberou os corpos das 62 vítimas do acidente com o avião da Voepass.
Causas em investigação
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
O estol é uma situação na qual a asa perde completamente a sustentação útil, o que causa a queda brusca do avião. A depender da altitude e da condição, é possível recuperar a altitude em voo.
Os especialistas avaliam que a formação de gelo sobre as asas é uma das hipóteses. Apesar disso, são unânimes em afirmar que não existe um único fator que cause um acidente e que é prematuro tirar conclusões a partir dos vídeos ou das informações divulgadas.
Uma análise de satélite aponta que o avião voou entre oito e dez minutos em uma formação de gelo severo — uma condição climática que o manual da fabricante classifica como de “emergência” e que pode levar a aeronave a perder sustentação e girar.
O que diz a Voepass?
O CEO da Voepass Linhas Aéreas, Eduardo Busch, concedeu entrevista coletiva na noite de sexta (9) e afirmou que os pilotos eram experientes e os sistemas operacionais da aeronave estavam todos em funcionamento no momento da decolagem.
Mais cedo, a companhia aérea comunicou em nota que prioriza prestar irrestrita assistência às famílias das vítimas e colabora efetivamente com as autoridades para apuração das causas do acidente.
“A Voepass Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação”.
Já na terça-feira (13), no primeiro pronunciamento após a tragédia, o presidente da Voepass, comandante José Luiz Felício Filho, expressou solidariedade às famílias das vítimas e destacou que a empresa segue “as melhores práticas internacionais” de segurança.
“Sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos. A vida dos nossos passageiros, assim como dos nossos tripulantes, sempre foi e continuará sendo nossa prioridade número um”, disse.
Fonte: g1 Campinas e Região