Ana Talita da Silva, de 19 anos, foi encontrada morta no domingo (8) no Distrito de Assistência. Motorista que a transportou estava desaparecido, mas se apresentou e foi liberado.
A mãe da jovem assassinada em Rio Claro (SP) disse nesta quarta-feira (11) que espera justiça e que a polícia descubra quem matou Ana Talita da Silva, de 19 anos, e o motivo.
“Era linda, uma princesa e acabaram com a minha filha da forma mais cruel desse mundo. Eu só quero justiça”, disse Maria Auxiliadora Bezerra.
Ana Talita que, morava em Ipeúna e trabalhava como empregada doméstica em Rio Claro, estava desaparecida desde sábado (7) quando saiu para fazer alguns serviços externos para a patroa e solicitou um motorista de aplicativo.
O corpo da jovem foi encontrado na noite de domingo (8) na zona rural com várias perfurações.
O motorista Rodrijes Dragone Spiller estava desaparecido e se apresentou à polícia na terça-feira (11). Ele diz que é inocente e foi liberado.
Buscas
A mãe contou que a filha não ficava sem enviar mensagens. Ela avisava quando chegava e quando saía do serviço. Mesmo quando tinha algo para resolver e se atrasava um pouco, ela costumava avisar.
No sábado, a última mensagem da filha foi para avisar que ela tinha chegado ao trabalho. No fim da tarde, por volta das 17h, a mãe recebeu uma ligação da patroa contando que Ana Talita tinha saído após o almoço para ir ao mercado e ainda não tinha retornado.
“Comecei a ligar, mandar mensagem e ela não respondia mais. O telefone chamava, mas ninguém atendia”, contou a mãe.
Maria foi à delegacia, registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento e, junto com o marido, foi a hospitais, rodoviária, shopping e outros lugares na tentativa de conseguir alguma informação.
A mãe disse que soube da morte da filha por meio de reportagens sobre um corpo encontrado que tinha as mesmas características de Ana Talita. O casal foi novamente à delegacia e depois ao Instituto Médico Legal (IML) onde reconheceu o corpo.
“Quando entrei, era minha filha que estava lá, estrangulada. Não sei exatamente se foi tiro, perfuração de ferro quente no pescoço, o rosto machado, arrancaram o cabelo dela”, contou a mãe.
Pedido de senha de cartão em mensagem
No sábado, quando saiu para ir ao mercado, Ana Talita estava com dinheiro e o cartão de crédito da patroa. O padrasto, Valdair Amaro da Silva, contou que enteada tinha a senha porque era uma pessoa de confiança.
Segundo a mãe, a patroa contou que recebeu uma mensagem no celular perguntando sobre a senha do cartão.
“Ela falou: como assim? Ela continuou mandando mensagem até as 23h, era visualizado, mas não respondiam nada”, contou Maria.
De acordo com ela, a filha sabia a senha da patroa, mas não fazia saques, apenas compras. A mãe soube também que, após o crime, houve uma movimentação na conta bancária da filha.
“O investigador falou que já tinham mexido na conta dela, mas eu não tenho acesso. Sumiu tudo de dentro da bolsa dela, cartão, senha, tudo”, relatou Maria.
Motorista desaparecido se apresenta
O motorista que atendeu à solicitação da jovem é Rodrijes Dragone Spiller, de 36 anos, que já era conhecido por prestar serviços à patroa da vítima.
Spiller estava desaparecido desde a noite de sábado. O carro dele foi encontrado na manhã de domingo eu um bairro próximo ao local onde estava o corpo da vítima.
Na tarde de terça-feira (10), ele se apresentou na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), onde prestou depoimento e foi liberado. A polícia investiga a suposta relação dele com o assassinato.
Segundo o delegado seccional Paulo Henrique Nabuco de Araújo, o próximo passo é levantar informações para saber se a versão apresentada pelo motorista tem fundamento.
Indignação
Spiller disse em depoimento que é inocente, saiu pelos fundos da delegacia e não deu declarações.
Ao delegado, ele disse que esteve com a jovem, mas que abandonou o carro porque ele estava sendo cobrado por dívidas. Ele corria o risco de perder o veículo e saiu da cidade. Caminhando sem rumo, ele foi até o litoral, retornou para a cidade e decidiu se apresentar.
A mãe da vítima disse ter ficado indignada por ele ter sido liberado. “A vítima é minha filha e não ele. Deveria ter ficado lá [detido] durante a investigação porque foi a última pessoa que pegou minha filha, foi no carro dele que ela entrou”, disse Maria.
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara