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Destaques verdes!

Por: William Nagib Filho

Nesta semana na qual se rendem encômios aos “verdes torcedores” do futebol brasileiro, bem a propósito uma outra reflexão auspiciosa, agora sobre as intituladas “profissões verdes”.

Num ambiente de preocupação para os profissionais que estão ainda com empregos ativados e, principalmente, para a nova geração saindo do forno dos cursos de formação técnica e teórica, matéria digital no “Estadão” de 31 de janeiro destaca o que certamente ocorrerá nos próximos 10 anos em relação ao crescente interesse do mercado por profissionais que atuam com processos e tecnologias que reduzem os impactos ambientais e contribuem para a pauta da sustentabilidade.

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Segundo pesquisa da Universidade de São Paulo, 11 profissões com enfoque ambiental terão grande chance de emplacar no mercado de trabalho. Estudantes de Física, Engenharia, Geografia, Economia, Administração, Direito, Química, Engenharia Ambiental, Arquitetura e Urbanismo, Psicologia Ambiental e Biologia estariam muito bem inseridos num contexto otimista de vagas desde já e para os próximos 10 anos.

De imediato já se nota carência de profissionais para engenharia, geografia e física, no que diz respeito a projetos de energia limpa e mitigação de riscos ambientais. Análise de riscos climáticos e a elaboração de projetos para empresas que precisam reduzir o seu passivo ambiental também são atividades muito características nessa onda das profissões verdes.

Estima-se a geração de 15 milhões de empregos até 2030 na América Latina -destacando-se o Brasil – segundo estimativa da OIT, agência que pertence à Organização das Nações Unidas.

Mercado financeiro, tecnologia e projetos de descarbonização também vêm movimentando profissionais especializados na economia verde.

A energia solar para uso residencial é um dos segmentos com ampla possibilidade de absorção de novos profissionais, ao mesmo tempo em que as próprias mudanças climáticas tornaram os geógrafos disputados no mercado. Segundo a pró reitoria da USP, a procura por profissionais de geografia é intensa, não havendo número suficiente nem para atender ao setor público, pior ainda para a incrível demanda da iniciativa privada.

Para novatos e experientes, enxergar as grandes áreas de atuação, ampliando a visão para a dinâmica dos fenômenos climáticos e surgimento e aprimoramento de tecnologias é a grande sacada.

Consultorias profissionais das áreas citadas – que contemplem a um só tempo uma pauta sustentável sobre temas ambientais, sociais e de governança – vão ao encontro do indesviável enfrentamento de impactos climáticos, oportunizando a prestação de serviços para empresas de moda, energia, indústria e agronegócio em geral, por exemplo.

No mercado financeiro a demanda é por dinheiro descarbonizado. No ramo do Direito a atuação na área de estratégica das empresas no sentido de promover as avaliações de operações em que instituições financeiras se envolvem como parceiro ou na concessão do crédito. O Compliance Ambiental para as empresas que buscam crédito também é bom filão para a Advocacia.
Psicologia ambiental, com poucos formandos até aqui e muita perspectiva de demanda, envolve a dedicação ao comportamento humano e sua inter-relação com o ambiente, com a finalidade de mitigar impactos de grandes obras ou trabalhar com construtoras na definição de projetos de grandes e variados impactos à coletividade.

Alguns irão dizer que essa onda verde não é novidade no mundo corporativo. É verdade, mas 2020 foi o estopim para o “espírito de urgência”. Parece que estamos atrasados e precisamos correr com essas questões envolvendo sustentabilidade, saneamento, produção de biocombustíveis, veículos elétricos, energias renováveis.

O que irá fazer a diferença serão as especializações estratégicas dentro das áreas, voltadas tanto para a adoção de uma economia verde por parte das empresas, quanto para a conscientização dos demais profissionais envolvidos ao longo da cadeia de transformação.

Não há como imaginar um futuro na economia sem modificações nas relações entre o homem e o meio ambiente. Portanto, sair do velho modelo de formação profissional é o primeiro lampejo para quem acha que as carreiras, na forma tradicional, não decolam mais como antes.

William Nagib Filho – Advogado, é Conselheiro da OAB/SP

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