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O destino dos invisíveis

Por: Nilson Nicoletti

Na esquina onde a cidade azul acelera, há quem pare. Uns por cansaço, outros porque não têm para onde ir. A calçada vira travesseiro, a porta de um estabelecimento comercial se disfarça de teto, e o mundo segue indiferente, como se a pessoa não existisse.
Por muito tempo, as respostas foram gestos rápidos: uma marmita entregue, um cobertor estendido, uma sopa quente numa noite gelada. Tudo necessários, sem sombra de dúvida, mas atitudes passageiras como o vapor que se desfaz no ar. No dia seguinte, a fome volta, o frio retorna, a pernoite na porta de um estabelecimento comercial, e o destino permanece suspenso.

É nesse ponto que a reflexão precisa mudar de rumo. A cidade azul não pode se contentar em aliviar, precisa transformar. Não se trata de dar, mas de devolver: devolver o direito de existir com dignidade, de sonhar com um endereço, de assinar o próprio nome em um posto de trabalho.

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Políticas públicas que não estacionem apenas em doações de alimentos, mas que abram verdadeiros caminhos: moradias transitórias que preparem o caminho para humildes lares definitivos; programas de capacitação que devolvam a sensação de pertencimento da sociedade; cuidados com a saúde mental que curem feridas mais profundas do que a ausência de famílias e paredes.

Porque o destino de quem hoje é chamado de “morador de rua” não deve ser apenas sobreviver à margem, mas reocupar seu espaço no convívio na cidade azul. Não como um favor, mas como um direito à cidadania.

E talvez, quando esse tempo chegar, possamos caminhar pelas ruas da nossa linda cidade azul sabendo que a cidade já não empurra ninguém para as sombras, para os bairros ou mesmo para cidades de origem, mas oferece, a todos, a chance de permanecer à luz em nossa querida Rio Claro.

Nilson Nicoletti filho de Rio Claro.

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