Em menos de seis meses, Júlio César Talarico enfrentou duas tragédias envolvendo seu único carro de trabalho: primeiro, foi atingido por um avião; depois, assaltado, teve o carro destruído em acidente que matou o criminoso.
O ano de 2025 tem sido marcado por provações intensas para o motorista de aplicativo Júlio César Talarico, de 34 anos, morador de Rio Claro (SP). Em janeiro, durante a temporada de verão, seu veículo foi danificado após ser atingido por um avião de pequeno porte em Ubatuba. Já no início de julho, ele viveu mais um pesadelo: foi assaltado durante uma corrida e, horas depois, descobriu que seu carro havia sido destruído em um acidente fatal.
O Fiat Cronos que Júlio havia comprado com muito esforço em setembro do ano passado era seu único meio de sustento. Sem seguro, ele agora enfrenta a difícil realidade de não ter como quitar as 40 parcelas restantes de R$ 2.600 nem como continuar trabalhando. Para tentar se reerguer, criou uma vaquinha online com a meta de arrecadar R$ 50 mil.
“Era um sonho pra mim, trabalhei anos com carro alugado até conseguir comprar o meu. Fiz todo o planejamento, mas o seguro estava caro e eu estava justamente trocando quando tudo aconteceu. Faltava só enviar as fotos pelo aplicativo da nova seguradora, o sistema estava com erro, e eu ia resolver na segunda-feira. Mas o roubo aconteceu dois dias antes disso”, relata Júlio, abalado.
A corrida que virou assalto
No dia 5 de julho, Júlio aceitou uma corrida próximo ao shopping de Rio Claro. Assim que o passageiro entrou, anunciou o assalto, mostrando uma arma e ordenando que ele entregasse a carteira e o celular. Segundo o motorista, o criminoso disse que deixaria o carro abandonado depois de “resolver um negócio”, sugerindo que ele só fizesse o boletim de ocorrência uma hora depois.
Mesmo em choque, Júlio foi direto à delegacia. No local, encontrou outro motorista que também quase havia sido vítima do mesmo assaltante. Pouco tempo depois, a polícia o informou sobre um acidente grave na Rodovia Washington Luís (SP-310), em Santa Gertrudes. Ao verificar, Júlio reconheceu seu carro, completamente destruído, e confirmou que o homem que o havia assaltado era a vítima fatal do acidente.
O criminoso, identificado como Michael Balog Jancu, de 53 anos, morreu após bater em uma carreta e capotar o veículo durante uma tentativa de ultrapassagem. O impacto foi tão forte que ele foi lançado para fora do carro.
“Foi um livramento. Eu poderia estar ali dentro e não estaria contando essa história. Agradeço a Deus pela minha vida, mas agora estou sem chão, sem renda, com dívida alta e sem meu instrumento de trabalho”, lamenta Júlio.
O acidente com o avião
A primeira tragédia ocorreu em janeiro, em Ubatuba. Júlio transportava um passageiro quando um avião de pequeno porte ultrapassou a pista do aeroporto, invadiu a Praia do Cruzeiro e explodiu. O piloto morreu e os quatro passageiros foram resgatados com vida. O veículo de Júlio foi atingido por uma das asas da aeronave e ficou parcialmente incendiado. Felizmente, ele e o passageiro escaparam sem ferimentos.
“Vi a asa batendo no carro e, na hora, achei que fosse morrer. Aquilo foi aterrorizante. Depois, entrei com ação contra a família do dono da aeronave, mas o processo não andou porque o avião estava com o prefixo cassado e ninguém assume a responsabilidade. Fiquei com um prejuízo de R$ 17 mil na época, mas segui trabalhando mesmo assim”, conta.
O apelo
Impedido de financiar um novo carro por causa do contrato ainda vigente e sem um cartão de crédito com limite para alugar um veículo, Júlio está recorrendo à solidariedade das pessoas para recomeçar.
“Hoje, acordo todo dia sem saber o que fazer. As contas não esperam e minha única renda sumiu. Se eu conseguir quitar esse carro que foi perdido, poderei tentar financiar outro e voltar a trabalhar com dignidade. Peço ajuda de quem puder contribuir. Qualquer valor já é um alento para quem está tentando não desistir.”
Como ajudar
A vaquinha online criada por Júlio busca arrecadar R$ 50 mil para quitar o financiamento do veículo perdido e permitir que ele volte ao trabalho. Para contribuir, basta acessar o link abaixo:
👉 Ajude o Júlio a recomeçar! Link em anexo
