Justiça determinou pela segunda vez que o estado faça a operação sob multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Uma família haitiana que mora em Rio Claro (SP) enfrenta um mês e meio de angústia. A filha do casal nasceu com um problema grave no coração e precisa de uma cirurgia urgente.
Mesmo com uma decisão da Justiça, obrigando o estado a garantir a operação, a bebê continua internada à espera de uma vaga.
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou na quarta-feira (16) que a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) conseguiu uma vaga para a menina.
A criança deve ser transferida nesta quinta-feira (17) para o Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, onde vai ser operada.
Drama dos pais
O pai da menina, Ronald St Phar, veio com a mulher para o Brasil há quatro anos. A bebê Mariana nasceu na Santa Casa de Rio Claro no dia 31 de agosto e nunca pôde ir para casa. Ela segue entubada há mais de um mês na Unidade de Terapita Intensiva (UTI) neonatal.
A angústia da mãe fica cada dia maior porque não pode amamentar a filha, nem sequer segurá-la no colo. A mulher, que não fala português, vai todos os dias ao hospital tirar leite para a filha.
No dia do nascimento, a bebê foi diagnosticada com síndrome do coração hipoplástico, doença grave que precisa de cirurgia urgente para correção do problema.
Decisão da Justiça
Segundo a família, no dia seguinte ao nascimento menina foi colocada no sistema Cross, mas a cirurgia não foi feita. Os pais procuraram pela Defensoria Pública e conseguiram na Justiça que o estado fosse obrigado a fazer o tratamento sob multa diária de R$ 10 mil até o limite de R$ 100 mil.
Segundo o defensor público Adriano Pinheiro Machado Buosi, a decisão foi descumprida por parte do estado.
“Foi realizado um novo pedido de aumento da multa diária de R$ 100 mil até o limite de R$ 1,5 milhão. Até o momento, embora concedido o pedido, não foi cumprida a decisão”, disse.
Buosi já pensa em novas medidas para garantir o direito de Mariana, que luta contra o tempo para se manter viva.
“De acordo com a equipe médica que atende a menina, a qualquer momento ela pode vir a óbito. Até agora ela tem resistido.”
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara