Descubra como um empurrãozinho do ar lá de cima influencia o clima aqui embaixo e por que entender isso muda seu olhar sobre o tempo no outono e inverno.
Pense na atmosfera como uma grande “pista de dança” de massas de ar. A subsidência é como se alguém no alto do salão desligasse a música e empurrasse a galera do andar de cima para o térreo. Ou, se preferir pense um ventilador gigante ligado lá em cima, soprando o ar para baixo tirando a umidade do ar e dificultando a formação de nuvens. Esse movimento de descida do ar é o que a gente chama de subsidência.
Esse ar que vem do alto costuma ser mais seco e frio, e quando ele chega mais perto da superfície, ele “limpa o céu”. Como? Ele impede que as nuvens se formem ou cresçam. Resultado: céu azul, tempo firme sol forte de dia, noite gelada no inverno e fresquinha no verão.
Você já reparou naqueles dias de céu limpo, com sol forte e noite estrelada? É o dia de subsidência!
Curiosidade: A subsidência pode ocorrer em qualquer estação do ano! Não é um fenômeno exclusivo do outono/inverno.
Subsidência é o oposto do que acontece quando chove. Para chover, o ar precisa subir, resfriar e formar nuvens carregadas. Mas com a subsidência, o ar desce, aquece e dissolve qualquer tentativa de formar nuvem grande. É como tentar assoprar uma bexiga furada: não vai rolar.
Por isso, em dias com alta pressão e subsidência, você sente aquele solzinho gostoso durante o dia, mas também um frio danado à noite. Isso acontece porque o ar seco e o céu limpo facilitam a perda de calor à noite um efeito chamado perda radiativa. Sem nuvem para reter o calor, ele vai embora rapidinho.
Alta pressão: o motor da subsidência
A principal responsável por esse movimento de descida do ar é a alta pressão atmosférica. Ela funciona como um “tampão” no céu, segurando tudo pra baixo. E no outono, inverno e até no comecinho da primavera, sistemas de alta pressão ganham força no Brasil. Um dos mais conhecidos é a ASAS – Alta Subtropical do Atlântico Sul. Ela e outras massas de ar frio, como o famoso ar polar, são especialistas em espalhar a subsidência pelo país.
Subsidência e a poluição: a dupla nada dinâmica
Tem mais: a subsidência aumenta o risco de poluição nas cidades. Como o ar não sobe, os poluentes ficam “presos” perto do chão. Isso causa um fenômeno chamado inversão térmica quando o ar frio fica perto do solo e o ar quente fica por cima, impedindo que a poluição se disperse.
Se você já acordou em um dia de céu limpo, mas com cheiro de fumaça no ar e uma névoa esquisita sobre a cidade, provavelmente era a subsidência agindo com tudo.
Por que isso importa pra você?
Saber o que é subsidência te ajuda a entender melhor o clima e até a se planejar melhor. Vai fazer trilha? Pode ser um dia lindo e seco. Tem problemas respiratórios? Hora de redobrar os cuidados, especialmente nas cidades, porque o ar pode ficar mais poluído.
Fique ligado no céu
Viu que o céu está limpo demais por vários dias seguidos no outono ou inverno? Pode apostar que tem subsidência no ar.
Sentiu aquele frio intenso à noite mesmo sem frente fria? Mais uma vez, a subsidência pode estar por trás disso.
A cidade amanheceu com poluição visível e ar seco? Alta pressão e inversão térmica em ação.
Entender o clima é como ler o ambiente. E agora que você conhece a subsidência, fique ligado aqui no site para outros e curiosidades sobre tempo e clima.
Fonte: Climatempo
