Primeiro caso do Brasil foi confirmado nesta quarta (26); centro atuará na Secretaria da Saúde e conduzirá enfrentamento ao COVID-19
resumo em 3 tópicos
- 1º caso de COVID-19 foi registrado em paciente do Hospital Albert Einstein
- SP criou centro de contingência para monitorar e coordenar ações contra a propagação do vírus
- Centro tem supervisão do secretário de Saúde José Henrique Germann
O Governador João Doria decidiu criar um centro de contingência do Estado para monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus em São Paulo. A decisão ocorreu após a confirmação do primeiro caso do país, na capital paulista. Para presidir o centro, Doria convidou o infectologista David Uip.
Na tarde desta quarta-feira, integrantes da Secretaria da Saúde apresentaram, em entrevista coletiva, o cenário atualizado do novo Coronavírus (COVID-19) e novas medidas para enfrentamento da doença.
O centro contará com profissionais especialistas das redes pública e privada, com ênfase na área de Infectologia, sob a supervisão do Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann. A lista inclui o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e os professores Marcos Boulos (HCFMUSP), Esper Kallas, (HCFMUSP), Luiz Fernando Aranha (Unifesp), Carlos Fortaleza (HC de Botucatu) e Benedito Maciel (HC de Ribeirão).
O primeiro caso de COVID-19 foi diagnosticado na terça-feira (25), em um paciente do Hospital Israelita Albert Einstein. Seguindo o fluxo oficial definido pelo Ministério da Saúde, o exame foi enviado para contraprova no Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência nacional para análise de amostras casos suspeitos.
“Infelizmente, foi confirmada em São Paulo a infecção de um brasileiro, que estava na Itália, por coronavírus. Por isso, estamos criando este centro e de contingência e, a partir daí, anunciaremos as medidas a serem adotadas”, disse Doria.
O homem está em isolamento domiciliar, estável. Reside na Capital e esteve, em fevereiro, na Itália. Apresentou sintomas suspeitos, como tosse e febre, compatíveis com a suspeita de COVID-19. Atualmente, também há 11 casos suspeitos em SP.
Além da Itália, Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Singapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes Unidos estão na lista de locais de origem ou transição definida pelo Ministério da Saúde nesta semana. A mudança levou em conta o aumento de casos registrados fora do território chinês. As orientações foram replicadas pelo Governo de São Paulo para todas as regiões do Estado.
“É imprescindível que, ao apresentar os sintomas, as pessoas procurem um serviço de saúde mais próximo, como fez este paciente”, afirmou o Secretário Germann.
Além dos sintomas como febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza é preciso observar outros aspectos epidemiológicos, como histórico de viagem em área com circulação do vírus ou mesmo contato próximo a algum caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para COVID-19.
“A prevenção é o mais importante para doenças respiratórias, pois vírus não respeita fronteira”, destacou o infectologista David Uip.
As Secretarias de Saúde do Estado e de Prefeitura de São Paulo estão monitorando as pessoas que tiveram contato com o paciente. Todas as ações e medidas seguem protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde. O site www.saude.gov.br/coronavirus está concentrando as informações atualizadas sobre o tema.
Rede de atendimento e acompanhamento
O novo centro definiu, ainda, relação de hospitais de referência para o tratamento de casos graves: Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP) e Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital. No interior, HCs de Ribeirão Preto (USP) e Campinas (Unicamp), Hospital de Base de São José do Rio Preto e, no litoral, o Emílio Ribas II, do Guarujá. Juntas, essas unidades contam com cerca de 4 mil leitos, sendo mil de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Os hospitais privados também poderão integrar a rede, seguindo protocolos e até disponibilizando leitos, se houver necessidade. Profissionais da Saúde estadual vão reforçar os contatos com os serviços particulares para reforçar o alinhamento de estratégias e fluxos.
O Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, por sua vez, irá capacitar ainda mais de 3 mil profissionais da área de saúde ao longo das próximas semanas em todo Estado e o Instituto Adolfo Lutz está preparado e possui kits diagnósticos para analisar amostras e realizar contraprova de laboratórios particulares, se preciso.