Milton César Magalhães e testemunhas foram ouvidos em audiência na sexta-feira (30). Ainda não há data prevista para o julgamento, que será por homicídio triplamente qualificado. Defesa disse que irá recorrer da decisão.
O operador de máquinas pesadas Milton César Magalhães, de 44 anos, acusado de ter assassinado com uma retroescavadeira o colega de trabalho Iébel Garcia, de 41, vai a júri popular por homicídio triplamente qualificado. O crime aconteceu em março deste ano, em São Carlos (SP).
A decisão, que foi tomada após a audiência de instrução, realizada 2ª Vara Criminal, na sexta-feira (30). Magalhães irá responder por homicídio, com agravantes de motivo torpe, emprego de meio cruel e emboscada. Ainda não há data prevista para o julgamento e o acusado pode recorrer.
Em nota, o advogado de defesa, Leandro de Lima Oliveira, disse que irá recorrer da decisão:
“A defesa recebe com serenidade a sentença. No entanto, iremos recorrer da decisão pelo fato de não ter sido garantido ao acusado o direito de apresentar testemunhas de defesa, o que gera nulidade processual e inequívoco prejuízo, comprometendo, inclusive o interrogatório do acusado e o enfrentamento do mérito da causa. Por outro lado, de acordo com as testemunhas da acusação e pelo laudo da necropsia, as qualificadoras devem ser afastadas, não podendo ser submetidas à apreciação dos jurados. Por esses relevantes motivos, a defesa ingressará com recurso permanente o Tribunal de Justiça.”
Matou com retroescavadeira
Magalhães e Garcia eram funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de São Carlos. O crime aconteceu no dia 22 de março, no Jardim São Paulo, perto de uma unidade da autarquia e foi registrado por câmeras de segurança.
Nas imagens, Silva chega de moto e é atingido por uma retroescavadeira dirigida por Magalhães. Após a vítima cair no chão é atropelada. O acusado ainda usa a concha da retroescavadeira para atingir a vítima várias vezes.
Prisão
Após o crime, Magalhães fugiu do local com a retroescavadeira, que foi encontrada no bairro Azulville. Ele se entregou à polícia cinco dias após o crime e alegou que agiu em legítima defesa.
“Ele alegou que estava sendo ameaçado e na hora que ele jogou a pá ele ficou com medo que o cara estava indo na direção dele e achou que estava armado. Falou que na hora do fato ele perdeu os sentidos, não sabia o que estava fazendo, desmaiou posteriormente e acordo achando que o rapaz nem estava morto”, afirmou o delegado Caio Gobato.
Na época, Magalhães se disse arrependido e chorou bastante. Ele está preso desde o dia 27 de março.
Brigas
O réu e a vítima já haviam brigado em 2014, segundo o Saae. Os dois funcionários foram punidos com suspensão de 30 dias após sindicância. O motivo da discussão não foi divulgado.
Funcionários da autarquia relataram que os dois tiveram outras discussões desde então, até com uso de canivetes.
O corpo de Garcia foi velado em São Carlos e depois sepultado em São João Batista do Glória (MG).
Fonte: g1 São Carlos e Araraquara