Jovem foi socorrida por motorista em rodovia e chegou a ficar na UTI em Mococa, no interior de São Paulo.
Uma jovem de 23 anos levou 25 pontos no pescoço, em Mococa (SP), após ser atingida por uma linha com cerol, na tarde de quarta-feira (12). Os médicos disseram que, por um milímetro, a linha não atingiu a veia jugular, o que poderia ser fatal.
“Falaram que foi um milagre. Ela poderia não estar mais aqui”, disse ao g1 uma das irmãs da vítima que prefeiriu não se identificar.
A jovem chegou a ficar na Unidade de Terapia Intensiva, mas teve alta médica nesta sexta-feira (14) e se recupera em casa.
Acidente com cerol
O acidente na Rodovia Prefeito José André de Lima (SP-340), próximo ao bairro Nenê Pereira Lima.
A jovem voltava de moto da casa da mãe, no sentido Carlito Quilice, quando foi atingida pela linha. Segundo a irmã, algumas pessoas empinavam pipas próximo à rodovia.
“Na hora ela sentiu que queimou e parou a moto. Só de pegar na linha ela cortou o dedo e levou três pontos. Na hora que ela colocou a mão no pescoço e viu que estava sangrando, ela começou a buzinar e gritar por socorro, em cima da moto mesmo”, contou a irmã.
Motorista socorreu a jovem
Algumas pessoas próximas correram para ajudar. Um motorista que passava de caminhonete socorreu a jovem, que foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas e depois transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Esse rapaz foi um anjo na vida dela porque não daria tempo de o resgate chegar”, contou a irmã, que ainda não conseguiu conversar com o motorista para agradecê-lo.
A jovem, que mora com o pai e uma dos seis irmãos, está de repouso. Ela conversa, se alimenta bem e lembra de tudo o que aconteceu. No dia do acidente, era aniversário da mãe e a família planejava sair à noite para comemorar.
“Os médicos falaram: ‘no ano que vem você vai cantar parabéns para ela e para a sua mãe, ela nasceu de novo’. É um milagre mesmo”, contou a irmã.
Projeto torna crime uso de cerol em pipa
A criminalização do uso de cerol é feita pelo artigo 132 que considera crime “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e eminente”. A pena é de três meses a um ano de prisão.
Em fevereiro do ano passado, a Câmara aprovou um projeto de lei que torna o crime mais específico no Código Penal e cria regras para a prática de pipa desportiva com o uso de cerol. O projeto segue para o Senado.
O projeto também estabelece, no Estatuto da Criança e do Adolescente, que os pais e responsáveis devem se responsabilizar pelo menor que pratique o uso da linha de cerol e sustâncias cortantes.
Em casos mais graves do uso indevido de linhas cortantes, a penalidade foi equiparada ao do homicídio culposo (quando não há intenção de matar), com previsão de um a três anos de detenção.
Fonte: g1 São Carlos/Araraquara
