Encontro com empresários lota teatro no SESI de Rio Claro, Paulo Skaf fez um balanço da situação do Brasil e a necessidade da aprovação da reforma da previdência que ele diz certa
O presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, realizou no último dia 31 de maio, um encontro com empresários e industriários, o evento denominado “Diálogo pelo Brasil”, foi marcado pela interação de Paulo Skaf com as lideranças empresariais da região, a conjuntura política e econômica e as reformas da Previdência e Tributária foram temas prioritários neste momento de transição de novo governo que envolve expectativas e requer diálogo.
“Temos vários desafios, como a reforma da Previdência. O empresário brasileiro está preocupado com o desenvolvimento, o crescimento e a geração de empregos”, avaliou, lembrando que essa reforma está sendo discutida há décadas e o ideal para o Brasil seria economizar R$ 1 trilhão em 10 anos, o que representa uma economia de R$ 100 bilhões por ano. “É extremamente importante que a reforma ocorra, pois 52% do orçamento do governo federal vão para a Previdência. Se nada for feito, daqui a 15 anos esse percentual chegará a 100%. A conta não fecha de jeito nenhum. A reforma precisa ser aprovada. Ela vai ser”, afirmou. Em sua avaliação, a reforma será o divisor de águas para atrair novos investimentos e dar novo fôlego à economia. Para Skaf, a reforma Tributária é outra medida importante, mas requer cautela para não “sermos surpreendidos com o aumento de impostos”, alertou.
A preocupação com o desemprego é comum a empresários e trabalhadores. “São 13 milhões de pessoas que se somam aos cerca de 7 milhões de desalentados. Ou seja, mais de 20 milhões sem trabalho, o que impacta talvez 40 milhões, 50 milhões de pessoas, ou 25% da população brasileira. Temos um grande problema para o país”, afirmou Skaf.
Segundo ele, o crescimento do Brasil está atrelado ao desempenho da indústria. “Um país de mais de 200 milhões de habitantes não pode abrir mão de sua indústria, que deve ser forte e saudável. O Brasil já tem este patrimônio”, frisou.
Durante o evento, o presidente da Fiesp/Ciesp avaliou que o mundo tem excesso de liquidez e o Brasil é bom cenário para fortes investimentos. Skaf elencou diversas áreas que podem atrair investidores estrangeiros, tais como petróleo e gás, pré-sal, energia (solar e eólica), celulose – com sua forte produção –, alimentos e bebidas, além da representativa cadeia do agronegócio. “Há muitos setores da indústria de transformação desenvolvidos, bom clima, um mercado consumidor de 200 milhões e somos talentosos. É só pôr o país nos trilhos e pegar velocidade. Eu acredito muito no Brasil”, enfatiza Skaf.
Desburocratização para produzir
Diversas sugestões da Fiesp e do Ciesp foram avaliadas pelo governo federal a fim de simplificar a vida de quem quer trabalhar e produzir. Em seu diálogo com empresários, foram debatidos o bloco K, a Substituição Tributária e impostos que estão sendo cobrados ‘a maior’, o e-Social que deve apresentar novidade nos próximos dias, alterações quanto à Zona Franca de Manaus e, inclusive o excesso de normas, como a NR12. “Uma coisa é a segurança do trabalhador, outra é o exagero que encarece as nossas máquinas”, disse. Também foi debatido o sistema de Logística Reversa criado pela Federação das Indústria do Estado de São Paulo para que os empresários possam cumprir as metas e dar destinação aos resíduos sólidos.