Academia do Barro Branco sedia todas as etapas de avaliação; 3ª fase do processo licitatório será encerrada em 27 de setembro
Na segunda-feira (16), a Polícia Militar começou os testes que integram o processo de aquisição de 40 mil pistolas semiautomáticas calibre .40 que reforçarão ainda mais o enfrentamento ao crime no Estado de São Paulo.
A compra, por intermédio de licitação, prevê o pagamento de R$ 891,66 por cada pistola .40, totalizando um investimento de R$ 35,6 milhões. Os testes representam a terceira fase do processo de aquisição.
Etapas
No dia 21 de agosto, propostas foram apresentadas durante audiência pública. A empresa melhor colocada foi, então, submetida à fase de amostragem das armas de fogo. Até 27 de setembro, a Academia de Polícia Militar do Barro Branco sediará os testes com a pistola aprovada nas duas fases anteriores.
O primeiro dos testes realizados é o de metrologia, quando é feita a medição de dez unidades para verificar eventuais variações, tanto na dimensão quanto no peso, já que o requerimento para aquisição não permite qualquer oscilação nas medidas oficiais alegadas pelo fabricante.
A segunda fase é a de intercambialidade. Nesse momento, as dez pistolas utilizadas na metrologia são desmontadas e remontadas com a utilização de peças de forma aleatória. Após essa remontagem, todas as dez unidades devem realizar 20 disparos sem apresentar qualquer tipo de falha.
“Esse é um teste crítico. O fabricante deve possuir extrema precisão em seu processo fabril para ser aprovado nesta fase”, explica o tenente-coronel Marco Valério, do Centro de Material Bélico da Polícia Militar.
Na sequência vem o teste de endurance. Quatro das armas utilizadas nos testes anteriores são selecionadas para uma verdadeira prova de resistência, quando são submetidas ao disparo de 10 mil tiros cada, sem limpeza, lubrificação ou resfriamento. Sendo que, para aprovação, nenhuma peça pode quebrar.
“O teste serve para aferir a resistência e a durabilidade da arma, indicadores da qualidade de seu processo fabril. Somente armas de ótima qualidade cumprem esse requisito”, acrescenta o tenente-coronel.
A última estação de avaliação afere a precisão do armamento. São utilizadas três das armas submetidas aos testes anteriores juntamente com um modelo novo. O objetivo é avaliar se as armas com bastante uso se comportam exatamente como o modelo novo no que diz respeito à precisão.
Nesse teste, cada arma é colocada em um suporte (para que não exista variação por interferência humana) e disparada dez vezes contra um alvo de 16 centímetros de diâmetro, posicionado a 25 metros de distância.
Testes
Os testes realizados integram a AC/225/D14, uma norma internacional da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN) para armas leves. A realização desses ensaios, em campo, busca selecionar armas mais seguras, confiáveis e duráveis para o emprego policial.
Em caso de aprovação em todos os testes, ocorrerá a assinatura do contrato. Após a eventual assinatura, a empresa fabricante terá 90 dias para entregar 8 mil unidades à Polícia Militar. O acordo estipula que a totalidade das pistolas adquiridas seja fornecida em até oito meses após a homologação do acordo.
As aquisições fazem parte de um programa de modernização estruturado pelo Governo do Estado, Secretaria da Segurança Pública e Polícia Militar que prevê a realização de onze licitações internacionais para compra de armamentos com tecnologia de ponta para a PM.
Modernização
Além do processo licitatório para a aquisição de 40 mil pistolas .40, estão em andamento regimes de licitação para a compras de 300 fuzis calibre .556. e mil fuzis calibre .7,62. O programa de modernização também é responsável pela aquisição de 40 mil pistolas .40 e mil armas de incapacitação neuro-muscular.
Estão previstas ainda licitações para compra de dez metralhadoras leves, mil submetralhadoras, 4 mil coletes de proteção balística, dois fuzis de precisão (sniper) e munições, tanto para os fuzis de precisão quanto para calibre .12.
A modernização do arsenal das forças públicas de segurança do Estado vem ao encontro da necessidade de melhorar ainda mais as condições de enfrentamento ao crime. Apenas neste ano de 2019, até o mês de julho, mais de 7 mil armas de fogo haviam sido apreendidas e retiradas de circulação em São Paulo. Deste total, 156 eram fuzis que estavam em poder de criminosos.
“Essa política de segurança objetiva que a Polícia Militar do Estado de São Paulo seja uma referência internacional tanto na adoção de boas práticas quanto na qualidade de seus equipamentos”, finaliza o tenente-coronel Marco Valério.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo