Docente do departamento de Geologia da universidade está no país para congresso da Unesco sobre geoparques.
“Nunca tinha experimentado uma sensação dessas. A gente se sente totalmente impotente, principalmente porque, como geólogo, sei dos riscos associados a isso.”
O relato foi feito, nesse domingo (10), pelo professor doutor do Departamento de Geologia da Unesp de Rio Claro (SP) José Alexandre de Jesus Perinotto, que está em Marrakesh, no Marrocos, onde um terremoto de magnitude 6,8 deixou mais de 2 mil mortos.
O professor esta no país desde o início de setembro, para participar, juntamente com outros cerca de 60 brasileiros, da 10ª Conferência Internacional da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para Geoparques, e apresentar o projeto do Geoparque Corumbataí.
Ele contou que a conferência já terminou essa semana, mas uma programação externa de visita a um geoparque do Marrocos, que seria realizada neste domingo (10), foi cancelada por conta do terremoto.
Um terço do país pode ter sido afetado, e número de vítimas deve aumentar
O que se sabe sobre terremoto no Marrocos que já deixou mais de 2.000 mortos
Ainda abalado, ele relatou os momentos que viveu durante o terremoto, que aconteceu na noite de sexta-feira (8) e teve de magnitude 6,8. Um tremor secundário, de magnitude 4,9, ocorreu 19 minutos depois.
“Eu estava me preparando para deitar, quando no hotel em que eu estava houve um tremor muito grande. Um susto como eu nunca passei na minha vida”, disse o geólogo com 42 anos de experiência.
Ele disse que adotou o protocolo de segurança e saiu do hotel para uma praça, onde ficou até de madrugada em um espaço aberto sem risco de desabamentos.
“Tinha muita gente chorando, muita gente ferida, muita gente coberta de poeira e o caos tomou conta de tudo”, contou.
Ele explicou como aconteceu o terremoto do Marrocos (veja no vídeo abaixo).
Fonte: g1 São Carlos e Araraquara