A vida é realmente uma caixinha de surpresas. Quando você chega a certa idade e pensa que já viu de tudo, ela vem e mostra coisas que você, nem mesmo com toda sua imaginação, poderia prever.
Uma delas são os selfies – aquelas fotos que as pessoas tiram de si, com amigos e alguns famosos, para publicar nas mídias sociais.
Eu curto ainda meus livros que consegui autógrafos dos autores. Percebi que fiquei ultrapassado. Agora a onda são os selfies com os famosos. Ficou até mais fácil para eles que não precisam pensar em nenhuma frase elaborada, basta um sorriso e um clique.
Recentemente fui a um médico ortomolecular. A conversa ia bem. Ele me dizendo que a vida deve ser baseada em um tripé: algum exercício leve sem muito impacto; boa alimentação; e principalmente repouso adequando. “Se tivéssemos bons educadores físicos e nutricionista, precisaríamos pouco de médicos e remédios”, conclui o próprio médico. “Você é o que você come. Isso é o que forma seus órgãos, neurônios e tudo mais”, acrescentou.
Eu que não gosto de tomar remédios, achei ótimo. Foi então que ele acrescentou: “mas, para saber se você come bem, preciso saber o resto de sua comida, ou seja, o que você evacua”. E passou a fazer uma série de perguntas sobre minhas fezes: cor, se afunda ou boia, se são em bolinhas, grossas, compridas, iguais ou mistas, etc. etc. e tal.
Nunca tinha feito uma reflexão aprofundada sobre o que vai pra privada – dou descarga e pronto!
Foi então que ele me pediu para que cada vez que fosse ao banheiro, pegasse meu celular e fotografasse, marcasse a data e horário e enviasse por e-mail.
Nunca me imaginei antes fazendo um selfie de merda!
Esta semana recebi um e-mail de meu médico, dizendo que vai fazer uma exposição e queria minha autorização para usar algumas de minhas fotos. Pode?