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Todas as Mães

Por: Antonio Fais

A minha filha mais velha, Sílvia, 28, do meu primeiro casamento aos dezoito anos; Marina, 11, filha do meu segundo casamento; e Lara, 17, filha de minha mulher (atual), a única das três que mora comigo, se adoram. São, creio, mais que irmãs, talvez até por se sentirem assim, além das obrigações familiares.

Reunidas há um mês, no aniversário da Marina, reclamavam que pouco se viam e decidiram passar juntas o Dia das Mães!

Considero-me, ou até então eu me considerava, uma pessoa sensata e, apesar de escrever e brincar com várias instituições, uma coisa que aprendi é não provocar a única classe feminina realmente unida: as mães – mãe é mãe! o resto é o resto – lembrei-as disso.

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Marina, apesar de mais nova, é quem tem solução para tudo:

A gente faz um almoço só! – Disse animada.

Consenti, até por que, Cristina, Adriana e Solange, as respectivas mães, se dão bem e têm, segundo elas mesmas, apenas um defeito comum: eu.

Pedi apenas para fazerem a lista e eu cuidaria do resto. Imaginei que um encontro desses, um almocinho em meu apartamento ou na casa de Adriana, que tem uma bela varanda, seria algo tranquilo.

As meninas decidiram que as mães seriam também convidadas, quer dizer todas as mães. E, para ser um verdadeiro Dia das Mães, não deveria haver ali mãe sem filhos e filhos sem mãe. Todas as mães!

Acontece que Beatriz, irmã de Lara, mora com o pai e Marta, sua mulher atual, e mais dois irmãos; Adriana, minha segunda mulher, casou-se novamente e teve mais um filho, além dos filhos que Sérgio, seu marido, trouxe dos casamentos anteriores. Em uma conta rápida, já éramos: Sílvia, Cristina e Raul, Marina e Rafael, filhos de Raul; Marina, Adriana e Sérgio, Celso, Mariana, Caio; Lara, Solange e eu; Beatriz, Reinaldo, Marta, Rafael, Aline, ou seja dezenove pessoas. Mas deveria vir também Miriam, mãe de Marina (que não é a minha filha) e Rafael, primeira mulher de Raul, casado com Cristina, mãe da Sílvia, e seu respectivo marido atual, Sérgio, que não tem nada a ver com o Sérgio, casado com Adriana, mãe de Marina, esta minha filha. Este Sérgio, casado com Adriana, mãe de Marina, minha filha, traria, Cristina, mãe de Celso e Mariana e assim por diante. O número crescia assustadoramente. Já éramos cerca de noventa.

A festa, originalmente programada para meu apartamento mudara para casa de Adriana, depois foi transferida, primeiro para um restaurante, onde julgamos impossível saber como se dividiria a conta, depois para um bufê e, logo em seguida, constatados os números, um churrasco em uma chácara.

Lembraram, porém, que todos ali têm mães, a esta altura não sei se feliz ou infelizmente, a maioria viva! Só para exemplificar, a minha mãe casou-se de novo com João, que tem duas filhas.

Portanto, além de minha irmã, que também se chama Adriana e tem dois filhos, Rafael e Guilherme, vêm minhas irmastras, Margarete e Marta, que não é a mãe de Lara, além dos respectivos maridos, filhos, mães e avós! A última conta confiável estava em 432 pessoas. Creio que o número seja maior, bem maior.

Para encurtar, você que está lendo esta coluna, se julgar que tem algum parentesco, principalmente mãe envolvida neste rolo, o almoço é domingo na Fazenda São Miguel. Pode ir, pois a esta altura, ninguém lhe perguntará de quem é convidado e dez pessoas a mais, dez menos não farão muita diferença. Pode até ser que, por descuido, sua mãe esteja lá e você não tenha sido convidado.

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Antônio Fais

Colaborador

Escritor, Filósofo, Professor, Especialista em Linguagem e Aprendizagem.

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