Devido à pandemia causada pelo coronavírus, e por motivos de segurança, está cancelada a tradicional carreata de São Cristóvão que aconteceria hoje.
Festejado no dia 25 de julho em todo o país, o Dia de São Cristóvão é conhecido como o protetor dos motoristas, caminhoneiros, taxistas e de todos os transportadores. O termo “Cristóvão” significa “Aquele que carrega Cristo”.
Em nota emitida pelo SINTRARC – Sindicato dos Transportadores Autônomos Rodoviários de Rio Claro, que com um enorme sentimento de frustração que o vem à público formalizar o adiamento da tradicional carreata em comemoração ao Santo Padroeiro dos Motoristas, São Cristóvão.
“Este ano, trabalhávamos empolgados pela realização da 46ª ediçã, com novidades e entretenimento na concentração à exemplo da última Festa Realizada na Avenida Presidente Kenedy em Rio Claro no ano 2019.” diz a nota.
Porém, pelo fato de estarmos no auge da pandemia no município.
Neste momento, em que um de nossos grandes parceiros e entusiasta da Festa o Pe. Renato Luís Andreatto, foi diagnosticado com COVID-19.
Seu quadro da doença está estável. Como ele mesmo disse; “o perigo já passou”. pontuou Pe. Renato Andreatto.
Em comum acordo, com o Pe. Renato, Pároco Paróquia de Nossa Senhora de Aparecida em Rio Claro e responsável pelas bençãos aos fiéis participantes da carreata. Com a Prefeitura Municipal de Rio Claro por meio das Secretarias de Esportes e Turismo (Setur) e Segurança, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Sistema Viário. Foi decidido o cancelamento da carreata.
Segundo o Presidente do SINTRARC Gilvon Barbosa; “É frustrante não realizar o evento tão tradicional em nossa cidade e para todos os amigos motoristas. Porém, é de vital importância agirmos com inteligência e ponderarmos os cuidados que queremos para todos. Esse ano não teremos a carreata, mas ano que vem voltaremos com nossa atividade normalmente.” disse o Barbosa
“Cabe também destacar o nosso profundo agradecimento aos nossos parceiros e colaboradores que estão sempre ao nosso lado, nos momentos de glórias e principalmente nos momentos de lutas. Nossa gratidão para: Santa Filomena Saúde, Ápia Veículos, BorgiTur, Escritório Azul Contabilidade, Estrela Pneus, Pedersen Rastreadores e claro a FETACESP (Federação Dos Taxistas Autônomos Do Estado De São Paulo). Todavia, a frustração jamais abalará nossa Fé. A situação é crítica sim mas, levando-se à sério os devidos cuidados é possível minimizar o impacto. Torcemos e estamos disponíveis sempre pelos interesses dos nossos associados e suas famílias. Juntos venceremos mais essa.” finalizou o presidente do sindicato.
A vida de São Cristóvão
São Cristóvão é considerado um mártir da Igreja Católica, tendo sido morto durante o reinado de Décio, um imperador romano do século III da Era Cristã. Embora seja atualmente um dos santos mais populares no mundo todo, pouco se sabe sobre sua vida ou real existência.
No mundo, São Cristóvão é venerado no dia 9 de março, na Grécia, no dia 9 de maio, na Igreja Ortodoxa, no dia 16 de novembro, em Cuba e no dia 10 de julh,o em algumas cidades da Espanha.
Segundo o Calendário Tridentino da Igreja Católica, a comemoração de São Cristóvão acontecia no dia 25 de julho, somente em missas privativas, uma restrição que foi removida com o tempo.
Embora a Igreja Católica ainda aprove sua devoção, mantendo seu nome entre os mártires romanos, não há mais o Dia festivo do calendário católico em sua homenagem desde 1969.
Nesse ano, a Igreja declarou que a celebração de São Cristóvão não era uma tradição romana, uma vez que sua adesão ocorreu por volta de 1550 e ficou limitada ao calendário tradicional.
Segundo a Igreja Católica, não existem praticamente fatos históricos sobre a vida e morte de São Cristóvão, embora haja muitas lendas atribuídas a ele. Uma das mais populares teve origem na Legenda Áurea, a compilação de histórias sobre santos, escrita no século XIII.
De acordo com a lenda, Cristóvão nasceu filho de um rei pagão de Canaã ou da Arábia, resultado das preces de sua esposa, que não podia ter filhos. Quando nasceu, Cristóvão recebeu o nome de Reprobus, sendo dedicado ao deus Apolo.
Ao se tornar adulto, teria adquirido força e tamanho extraordinários, resolvendo servir apenas aos mais fortes e bravos. Em sua busca, acabou sendo servo de um rei poderoso e de um indivíduo que se dizia o próprio diabo.
Contudo, considerou que faltava coragem a ambos, já que o primeiro tinha medo do demônio e o segundo tivera um susto ao ver uma cruz na estrada.
Depois disso, teria encontrado um ermitão que o educou na fé cristã, batizando-o. Cristóvão teria recusado jejuns e orações, mas teria aceitado a tarefa de ajudar pessoas a atravessar um perigoso rio, onde muitos tinham morrido ao tentar a travessia.
Um dia, Cristóvão realizou a travessia de uma criança que, aos poucos, ia se tornando mais pesada, de tal forma que ele sentia como se estivesse carregando o peso do mundo sobre os ombros. Depois da travessia, a criança teria revelado ser o Criador e o Redentor do mundo.
Cristóvão, então, recebeu esse nome, cujo significado é “aquele que carrega Cristo”.
Depois disso, a criança lhe ordenou que fixasse seu bastão na terra e, no dia seguindo, no mesmo local, surgiu uma palmeira exuberante, um milagre que converteu muitas pessoas, ao mesmo tempo em que despertou a fúria do rei da região. Em razão disso, Cristóvão foi preso e teria sofrido um martírio cruel, sendo depois decapitado.
Seguindo as informações da lenda sobre São Cristóvão, ele teria vivido durante o período de perseguição promovido pelo imperador Décio ou por Diocleciano, tendo sido capturado e martirizado pelo governador da Antioquia. Segundo o historiador David Woods, seus restos mortais possivelmente foram levados para Alexandria por Pedro I, onde teria sido confundido com o mártir egípcio São Menos.
A lenda, que tem origem na Grécia, teve início provável no século VI. A fama do santo, no século IX, já tinha se espalhado pela França, passando seu nome a fazer parte do registro dos mártires cristãos.
Vinculando a lenda ao nome do santo, e entendida no sentido espiritual, estabeleceu-se que é cristão aquele que carrega Cristo no coração.
No ano de 1969, a Igreja Católica fez o exame de todos os santos do calendário litúrgico, buscando evidências históricas sobre sua existência e sobre a vida de santidade dos mesmos.
Através da análise, chegou-se à conclusão de que havia pouca evidência sobre muitos santos, incluindo aqueles mais populares, e São Cristóvão foi um dos que tiveram sua vida baseada mais em lendas do que em fatos concretos.
Assim, a Igreja o retirou do seu calendário hagiológico, tendo seu culto ficado restrito apenas a calendários locais. No Brasil, por exemplo, o santo é venerado como patrono dos motoristas, tendo grandes festas realizadas em seu nome.