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Quermesses Juninas Versus Militâncias de Boutique

Por: Welton Nadai

 

Imagine uma quermesse tradicional, onde a comunidade se junta com alegria para arrecadar fundos e distribuir cestas básicas aos mais necessitados. As senhoras da paróquia preparam deliciosos quitutes, os voluntários organizam brincadeiras, e ao final, todos se sentem bem por terem contribuído para uma causa nobre. Agora, imagine se essa quermesse fosse organizada no estilo dos grandes movimentos sociais internacionais, aqueles que movimentam trilhões de dólares anualmente.

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Na versão globalizada da quermesse, a simplicidade seria substituída por uma grandiosa produção digna de um blockbuster de Hollywood. O evento teria patrocínio de marcas internacionais, com um time de publicitários, designers e influenciadores digitais promovendo a causa. As senhorinhas que faziam as comidas seriam substituídas por chefs estrelados, e cada uma sairia do evento dirigindo um carro zero, cortesia de um dos patrocinadores. O palco, ao invés de ser de madeira simples, seria um espetáculo tecnológico, com telões de LED e efeitos especiais de última geração.

A paróquia? Ah, a paróquia seria reformada do piso ao teto, coberta em ouro e mármore, tornando-se um símbolo de ostentação e luxo. E o marketing? Esse seria um capítulo à parte, com campanhas milionárias na televisão e nas redes sociais, celebridades endossando a causa, e um engajamento digital digno de uma empresa de tecnologia do Vale do Silício.

Mas e as cestas básicas? Aquelas que deveriam ser o foco do evento, afinal, era para ajudar os necessitados, não? Bem, essas acabariam esquecidas em algum depósito, vítimas da burocracia e da complexidade do evento. A ironia disso tudo é que, no meio de tanta opulência e glamour, a essência da quermesse – ajudar quem realmente precisa – se perderia completamente.

Assim, a quermesse moderna, apesar de movimentar bilhões e gerar uma economia vibrante, falharia em sua missão principal. E é exatamente isso que vemos nos grandes movimentos sociais de hoje: uma máquina gigantesca de arrecadação e promoção que, no fim das contas, não entrega o que promete para aqueles que mais precisam. A hipocrisia é tamanha que o brilho dos holofotes ofusca a realidade dura e crua das pessoas que continuam à espera de ajuda, enquanto os líderes do movimento celebram suas vitórias em festas luxuosas.

Então, da próxima vez que ouvir falar de um grande movimento social, pense na quermesse da paróquia. E lembre-se de que, às vezes, menos é mais, e que a verdadeira ajuda pode vir das mãos simples e dedicadas de uma comunidade que realmente se importa.

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