Transmissão comunitária é aquela em que não é possível rastrear a origem da infecção e indica que o vírus circula entre as pessoas, independentemente de terem tido contato com gente de outros locais.
A Vigilância em Saúde de Piracicaba (SP) confirmou a transmissão comunitária da variante Delta da Covid-19 na cidade. Essa transmissão é aquela em que não é possível rastrear a origem da infecção e indica que o vírus circula entre as pessoas, independentemente de terem tido contato com gente de outros locais.
Estudos apontam que a variante é muito mais transmissível e tem maior probabilidade de afetar o sistema imunológico, responsável pelas defesas do nosso organismo.
Segundo o governo estadual, a identificação ocorre via sequenciamento genético. A forma de enfrentamento à nova mutação é manter os protocolos de segurança e acelerar cada vez mais a vacinação.
De acordo com Moisés Taglieta, coordenador da Vigilância em Saúde, dos primeiros seis casos da variante no município, confirmados no fim de agosto, apenas um foi possível rastrear a origem, ou seja, que não era transmissão local.
“Cinco deles já era transmissão local, transmissão comunitária. Quer dizer que ela já estava circulando há um tempo aqui”, explicou.
Segundo ele, atualmente são 16 casos confirmados para Delta, mas é possível que haja outros que não tiveram a amostra testada para a variante.
Piracicaba foi a primeira cidade do estado a confirmar morte pela variante Delta. A vítima foi uma mulher de 74 anos, com comorbidade, já vacinada com duas doses do imunizante Coronavac/Butantan.
Atualmente o Instituto Butantan realiza o projeto “Lab Móvel” na cidade, que tem o intuito de mapear as variantes que circulam. Segundo Taglieta, a ação deve trazer mais certeza no cenário epidemiológico do município.
Nova onda
Apesar de ter a Delta circulando com transmissão local, não necessariamente o cenário da pandemia tende a piorar na cidade, com uma nova onda. Segundo Taglieta, por enquanto os índices continuam reduzindo, como tem sido a tendência dos últimos dois meses.
“Na minha avaliação, se você já tem essa variante circulando e mesmo assim a gente teve uma grande redução na transmissibilidade, o que tem mostrado pra gente na prática é que a vacina tem combatido também essa variante. Porque mesmo com a identificação da Delta na nossa população a taxa de transmissão continua caindo.”
De acordo com Moisés, a transmissibilidade da doença na cidade caiu 50%. Na pior fase da pandemia, uma pessoa doente transmitia para outras 20. Atualmente transmite para 9.
“Isso é um grande reflexo da vacina. Porque tem 60% da população completamente vacinada, 80% da população com a primeira. A gente tá chegando próximo do que a gente queria com a nossa imunização de rebanho.”
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Além de não aumentar o número de casos confirmados da doença por enquanto, a Delta também não está apresentando um aumento de casos graves, como já esperado, explicou Taglieta.
“Claramente ela diminui muito a taxa de transmissão. Diminuindo a taxa de transmissão você tem menor número de casos e, consequentemente, você tem menos casos graves e menos óbitos.”
Delta na região
Além dos casos da Delta em Piracicaba, outras cidades da região também já começaram a mapear a variante. Em Limeira foram duas confirmações, em Cordeirópolis foram sete casos e em Iracemápolis dois.
Fonte: G1 Piracicaba e Região