Para planejar a melhor forma de investir, se aposentar e ter mais qualidade de vida, é preciso se organizar e fazer algumas concessões.
Quando o assunto é planejar a melhor maneira de investir, para contar com uma aposentadoria segura ou com mais qualidade de vida, nunca é tarde para começar. Pessoas com 50 anos ou mais podem ter menos tempo para poupar, se comparadas a indivíduos de 20 ou 30 anos, por exemplo, além de ter que separar um valor maior por mês e dispor de menos liberdade para se expor aos riscos. Contudo, têm mais experiência, maturidade e podem já ter conseguido acumular algum patrimônio.
Se em 1950, a expectativa de vida era de aproximadamente 47 anos de idade, atualmente, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa faixa está em mais de 77 anos. Isso significa uma população ativa economicamente por mais tempo e com mais disponibilidade para economizar dinheiro para a aposentadoria sem depender apenas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Nessa jornada, é importante ter em mente alguns conceitos e práticas de investimentos, como entender o que é renda variável e renda fixa e conhecer alguns produtos, seus retornos ao longo do tempo e riscos associados. Além disso, conforme o site de educação financeira da Bolsa de Valores do Brasil (B3), Bora Investir, pessoas com 50 anos ou mais que decidiram começar a economizar agora precisam estar preparadas para fazer algumas concessões.
Organização e corte de gastos são fundamentais nessa fase
Como ressaltado pelo Bora Investir, quem tem mais de 50 anos pode precisar fazer um esforço maior para poupar o máximo que conseguir. Essa afirmação tem a ver com redefinir objetivos e cortar gastos. É fundamental, ainda, escolher com critério onde investir o dinheiro, levando em consideração o fato de que a possibilidade de repor uma eventual perda é menor para pessoas nessa faixa etária.
A previdência privada, por exemplo, tem sido cada vez mais considerada uma forma viável de planejamento financeiro. Segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), no Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas contam com planos dessa categoria de previdência.
A modalidade Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) ganha destaque na lista de preferência dos brasileiros. Nesse tipo de plano, as contribuições são feitas mensalmente com o intuito de obter rendimentos ao longo do tempo, a partir da aplicação de juros. Nessa categoria, o Imposto de Renda (IR) é cobrado apenas sobre os valores auferidos com o investimento.
Outra possibilidade é o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que funciona de forma semelhante ao VGBL, com o benefício de permitir que as contribuições possam ser deduzidas do IR, sob a condição de não ultrapassarem 12% da renda anual bruta do contribuinte.
De acordo com o coordenador dos MBAs em Finanças do Ibmec-RJ, Gustavo Moreira, em entrevista à imprensa, antes de considerar a contratação de um plano, é essencial elaborar detalhadamente um orçamento, considerando despesas e prioridades financeiras.
Ele enfatiza que separar recursos para a aposentadoria só pode ser uma prioridade depois da quitação de dívidas existentes, por exemplo, e de estabelecer uma reserva de emergência de seis a 12 meses de salário. É importante ainda avaliar os termos do contrato e observar informações como prazo para resgate, cobrança de taxas e tipo de plano.
A B3 ressalta também que, no momento de definir quanto é preciso para se aposentar, é importante ter em mente que o custo de vida de um aposentado, geralmente, é de 70% do custo de vida de uma pessoa ativa no mercado. Isso acontece porque alguns gastos deixam de existir.
Dessa forma, um profissional que dispõe de uma renda mensal de R$ 10 mil, talvez não sinta de maneira tão significativa a redução desse valor para uma aposentadoria de, por exemplo, R$ 7 mil.
Aportes devem ser feitos conforme o perfil de cada investidor
Existem diversas formas de investir a partir dos 50 anos. Segundo recomendações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a indicação de qual escolher varia conforme o perfil do investidor.
Para quem não quer correr riscos e se encaixa no perfil conservador, a indicação é optar por investimentos com nenhum ou baixo risco. A rentabilidade é menor, mas há previsibilidade. Alguns exemplos incluem fundos de renda fixa, títulos públicos do Tesouro Direto e certificados de depósito bancários (CDBs).
Já para o perfil moderado é para quem deseja segurança, mas também está disposto a correr certo risco para alcançar rendimentos melhores. Este investidor deve configurar sua carteira de modo que misture aplicações mais conservadoras e outras mais arrojadas. Fundos multimercado, fundos imobiliários e debêntures são alguns exemplos de investimento em renda variável que podem ser mesclados com os de renda fixa.
Em relação ao perfil arrojado, por sua vez, as pessoas com essa característica precisam ter estratégia e resiliência para lidar com as possíveis perdas. Os ganhos, por outro lado, costumam ser mais altos. Os exemplos de investimentos são fundos de ações, ações, fundos imobiliários e brazilian depositary receipts (BDRs) – certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil.