Tema de desenho animado, filmes e séries, a ansiedade se tornou preocupação de saúde pública e afeta o setor educacional.
No recém lançado desenho da Pixar, Divertida Mente 2, uma nova emoção se junta às já conhecidas Tristeza, Felicidade, Raiva e Medo, trata-se da Ansiedade. Parece estranho trazer esse tema em um desenho para o público infantil, no entanto, o debate é mais do que atual. Isso porque, segundo dados da pesquisa Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) apontam que um terço (31,6%) da população mais jovem, de 18 a 24 anos, é ansiosa. Ao todo, 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil é o país com a maior prevalência de ansiedade no mundo. Além de ser um problema de saúde pública, a ansiedade também afeta alunos, que geralmente apresentam dificuldade para se concentrar e para assimilar informações ditas pelo professor, acarretando em uma aprendizagem pouco satisfatória.
As profissionais do projeto de saúde emocional realizado na Regional Rio Claro do Centro do Professorado Paulista (CPP) destacam que a ansiedade é normal, porém, preocupante quando passa dos limites. De acordo com a terapeuta ocupacional Ester Lepispico, “ao passar dos limites, uma pessoa ansiosa começa a ter prejuízo em suas atividades e na vida por conta dos sentimentos de angústia, medo e dos sintomas físicos que ela começa a sentir gerando grande desconforto, um possível isolamento ou uma espécie de paralisação”.
Para a psicóloga Valderez Guilherme Marques, esse aumento no número de casos é resultado da vida social e profissional, da pressão do dia a dia, a cobrança por um desempenho e uma qualidade de serviço fora do controle. “O desejo de sempre querer mais e melhor, então, em vez de ‘Ser’ é de ‘Ter’. Isso torna a pessoa mais ansiosa, querendo sempre produzir mais, conquistar mais. A falta de limites para com ela mesma acaba gerando esse tipo de ansiedade”, aponta.
A assistente social Léa Wenzel Cruz afirma que o primeiro passo para o tratamento da ansiedade e de qualquer doença mental é reconhecer o problema em primeiro lugar. “Há formas específicas para cada pessoa, que podem combinar um tratamento psiquiátrico medicamentoso e tratamento psicológico, o que é muito importante para a pessoa pensar e conseguir entender o que está acontecendo com ela”, ressalta.
Uma das formas apontadas pelas profissionais é a prática da terapia ocupacional, que ajuda o indivíduo a selecionar as atividades mais significativas, a priorizá-las e, assim, construir uma rotina possível de ser executada e estendida progressivamente. A Regional Rio Claro oferece atendimentos individuais em saúde mental e o Projeto Ativa Mente com atividades de incentivo cognitivo, sensorial, social e físico. As vagas são abertas ao público. As inscrições podem ser feitas na secretaria do CPP, localizado na Rua 16 Be, nº441, ou pelo telefone 3523-6256 e Whatsapp 99164-4948 (com a psicóloga Valderez).
A equipe de saúde emocional do CPP: Ester Lepispico, Léa Wenzel Cruz e Valderez G. Marques