Pesquisa da Nexus (do grupo de comunicação FSB Holding) ouviu 2006 pessoas com mais de 16 anos, de todos os estados do Brasil, sendo divulgada no Repcom dias atrás, evento esse que reúne grandes líderes de empresas globais e especialistas para compartilharem visões sobre como a reputação empresarial transforma, constrói e define o futuro dos negócios no Brasil. Com a pesquisa foram encontrados os principais motivos para se enxergar de forma positiva ou se admirar uma empresa ou marca. Por outro lado, também os principais motivos para se deixar de admirar ou se enxergar uma empresa de forma negativa.
Quanto aos incentivos positivos, 29% apontaram a qualidade do produto ou serviços; 26% indicaram os impactos da marca na economia do país e 19% o envolvimento da empresa com a agenda ESG (o conjunto de ações e objetivos que demonstram o compromisso de uma empresa com as questões ambientais, sociais e de governança). Quando a pergunta foi invertida, ou seja, o que mais influenciaria o consumidor para que uma empresa fosse malvista, o desrespeito aos princípios de ESG passou à primeira posição, para 26% dos entrevistados.
O recado é bem claro para o mundo empresarial, ou seja, estar alinhado com a agenda ESG passou a ser condição inafastável, porque o consumidor tem um papel importante nesse contexto, pois é cada vez mais influenciado por ela (agenda) na hora de escolher os produtos e serviços de uma empresa.
Logo, poderão influenciar na decisão de compra desde a reputação da empresa, sua responsabilidade quanto à sustentabilidade, os impactos que as ações geram para a sociedade e para o meio ambiente, até a transparência quanto a esquemas de corrupção e coisas que tais.
A agenda ESG vem ganhando mais e mais fôlego, porque seus princípios estão associados ao Pacto Global da ONU, que visa encorajar empresas, governos e populações a adotarem políticas de responsabilidade social corporativa e de sustentabilidade. Em 2016 surgiram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), guia para os países comprometidos com o progresso global até 2030, abrangendo diferentes aspectos do desenvolvimento social, proteção ambiental e crescimento econômico.
Se as empresas devem agir para alcançar os tais 17 ODSs, atendendo aos princípios da sigla ESG nas áreas social e de governança, integrando uma estratégia em conformidade com padrões exigidos no mundo, a tendência é a de investimento em gestão plural e diversa, incentivando princípios éticos que considerem a diversidade e a inclusão como meio de transformação positiva do ambiente corporativo, além da sustentabilidade em variado espectro.
Foi-se o tempo em que lucro bastava para uma empresa ser considerada “bem-sucedida”.
Num mundo complexo e diante da emergência climática e do anseio das novas gerações quanto à responsabilidade social na hora de escolher o que comprar e onde trabalhar (diversidade é fundamental, especialmente nas posições de liderança), a divulgação das melhores empresas do país (Revista Época Negócios –n°205-nov.2024) dá o exato retrato do que se tem e o que se quer. Para avaliar, “Época Negócios 360º” aplicou 6 critérios de medição: Inovação, visão de futuro, ESG/Governança, ESG/Socioambiental, Pessoas e Desempenho Financeiro.
Está claro o que o mercado quer, pressionado que vem sendo pelo cidadão consumidor, esse sim a maior autoridade deste país.
Colaborador: Dr. Wilian Nagib Filho (Advogado)