Sucesso os desfiles das escolas de samba de Rio Claro. Ingressos esgotados, transmissão ao vivo, comércio, hotelaria e gastronomia contentes.
Este ano marca a efetiva retomada da atividade cultural turística mais relevante para o entretenimento e economia local. Rio Claro tem o privilégio de ter escolas de samba que trabalham duro, gerando negócios, empregos e diversão nos barracões e apresentações.
Verdadeiro patrimônio cultural, não se concebe possa alguém querer suspender os desfiles.
Nem tudo são flores!
Críticos reclamam que valores investidos devessem atender outros segmentos e necessidades – tema para outras linhas -.
Este ano surgiu fato novo que precisa ser melhor trabalhado para não conspurcar o espetáculo e a alegria do povo. A indignação das escolas com as notas recebidas sempre fez parte do contexto – no Rio de Janeiro e São Paulo a grita também foi grande. Mas, agora, foi além: viu-se nas redes sociais postagens feitas por pessoas que, espalhadas nas arquibancadas e camarotes, ao invés de curtirem e aplaudirem as coirmãs, fotografaram falhas e tropeços dos desfilantes, situações não notadas por quem foi contratado para julgar: copiosas repostagens e manifestações até de quem nem assistiu presencialmente as escolas criticadas!
A cada ano as agremiações melhoram suas performances, evitando falhas que possam comprometer a pontuação. Se o jurado não viu e passou batido, paciência.
Se a ideia de espalhar pessoas para fiscalizar e fotografar as pisadas na bola dos outros se tornar praxe, não será difícil exigir-se, em breve, uma espécie de “VAR” para os desfiles, algo surreal! Imagine-se como ficaria se esses “fiscais” infiltrados no público apresentassem as “provas” do que encontraram, contrapondo ou enfraquecendo as avaliações dos jurados.
É mais do que hora de serem contratados 4 jurados por quesito, eliminando-se a menor nota, corrigindo-se injustiças contempladas atualmente em apenas 2 notas. Aliás, quem viu as justificativas deste ano ficou perplexo com a pouca coerência! Mais jurados avaliando durante o cortejo, maior cuidado terão as agremiações, com melhor classificação final, conferindo segurança e credibilidade.
Para profissionalizar mais os desfiles é importante rever as funções da UESCA – União das Escolas de Samba local. Mudança no estatuto é urgente, conferindo gestão eficaz e imparcial, contemplando espaço consultivo e decisório para representantes do setor empresarial e variados segmentos representativos da comunidade.
Uma UESCA independente (a exemplo das Ligas do Rio e São Paulo) garantirá melhores escolhas dos envolvidos, tanto julgadores, como patrocinadores e interessados. Ao Poder Público deve ficar apenas a logística da estrutura da passarela (urge pensar em estruturas definitivas multiuso, expandindo o número de lugares, especialmente gratuitos) e apoio financeiro direto às escolas.
Menos dinheiro público e mais patrocínios deve ser a tônica, cabendo à UESCA identificar, arregimentar e gerenciar investimentos privados, livrando o erário de forma razoável.
Com a UESCA fortalecida, independente e eficiente, seja quem estiver no Executivo ou no Legislativo, o espetáculo estará garantido.
Mais diversão e menos indignação e provocações nas redes sociais. Fugir dessas diretrizes poderá engessar e comprometer o espetáculo, criar embates desnecessários ou até judicialização de resultados, prejudicando a alegria de quem participa diretamente ou apenas curte assistir a esse grande show, que congrega importantes formas de manifestações artísticas, gerando receita e empregos, ao mesmo tempo que proclama a diversidade, a igualdade e a inclusão.
Colaborador: Dr. William Nagib Filho – Advogado