Segundo a GCM, jovem de 18 anos relatou que apanhava com pedaço de pau, cinto e levava socos. Suspeito pelo crime, o companheiro dela foi preso no dia em que a vítima foi resgatada.
Morreu nesta terça-feira (4) a jovem de 18 anos que foi mantida em cárcere privado e sofreu diversas agressões por seis dias, em Piracicaba (SP), em março deste ano. O falecimento de Natalia Cristina Rodrigues da Silva foi confirmado pelo Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (HFCP), onde ela estava internada desde que foi resgatada.
O suspeito pelo crime foi preso quando a vítima foi resgatada, em 8 de março. Delegada adjunta da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Olívia dos Santos Fonseca informou que ainda será apurada a causa da morte.
“Não tenho condições de afirmar qual a causa da morte. Natalia era uma paciente com câncer em estágio 4, que teve sua condição de saúde muito deteriorada em razão das agressões que sofreu. Todo seu prontuário médico será encaminhado ao IML [Instituto Médico Legal]. Sem a análise do médico legista, não podemos afirmar nada”, explicou.
Relembre o caso
O rapaz preso pelo crime era companheiro da vítima. À época, ele foi indiciado tentativa de feminicídio, violência doméstica, tortura, sequestro e cárcere privado. O caso foi atendido pela Guarda Civil Municipal, após a vítima ser ouvida pedindo socorro em uma chácara no bairro Dini, no distrito de Artemis.
Equipes do patrulhamento urbano e da Patrulha Rural foram até o local. No local, os agentes localizaram a vítima e foi acionado o socorro. Ela foi resgatada pelo Corpo dos Bombeiros e o suspeito tentou fugir pelos fundos da chácara, entrando em uma mata.
“Nós conseguimos fazer o cerco na mata, não havia possibilidade de fuga. Ele percebeu a situação e resolveu se entregar espontaneamente, e acabou confessando que ele a mantinha por questões de ciúmes e brigas. Manteve a companheira em situação de agressão, humilhação”, explicou o guarda civil de Piracicaba Fernando Bertin .
Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para onde foi levada, a vítima relatou a uma equipe da Patrulha Maria da Penha que ela já vinha sofrendo as agressões desde a semana anterior.
“Ela relatou que apanhava com pedaço de pau, levava socos, apanhava com cinto e o ambiente é bem bagunçado, sujo. Não havia alimentação adequada”, acrescentou o GCM.
Também conforme o agente, ele confessou que suspeitava de uma traição e por isso se desentendeu com a companheira. Ainda segundo a corporação, uma outra mulher já possuía medida protetiva contra o suspeito.
Estado grave
O médico legista que atendeu a vítima informou à Polícia Civil já no dia do resgate que a situação dela era grave, pois a parte esquerda de seu corpo estava paralisada. Ela passou por tomografia e teve uma hemorragia cerebral constatada. Por isso, foi encaminhada para atendimento neurológico.
Também conforme o relato médico à polícia, ela tinha marcas de soco, chute, queimada de cigarro, agressões com fio e cinta, tanto recentes quanto antigas.
Fonte: EPTV e g1 Piracicaba