Por: Priscila Assumpção
“Não sabendo que era impossível, fizeram.” – Mark Twain (escritor americano)
Era um pássaro diferente. Parecia um peru, mas o som que emitia não era nem um pouco parecido com o famoso ‘glu, glu, glu’ típico. O som lembrava um trompete tocado em um disco LP arranhado. Além do mais, nunca tinha visto um peru com duas bolas tão grandes penduradas do bico, formando uma papada extraordinária. O corpo era gordo, redondo, como o de um avestruz; o pescoço era longo e fino. As pernas pareciam um desafio às leis da física, finas e aparentando serem frágeis demais para suportarem o peso de toda aquela corpulência.
Além do seu aspecto chamativo, o que mais chamava atenção era o fato deste enorme pássaro estar em pé em cima de um fio de alta tensão, bem acima do nível da rua. Como ele chegou lá? Será que voava? Peru voa? Será que era um peru?
Não pude descobrir se o misterioso pássaro sabia voar, como chegou no fio e nem se sabia descer. Meu Uber chegou e tive que seguir caminho e continuar meus afazeres. Antes de entrar no carro, perguntei para o motorista se ele sabia que pássaro era aquele. Ele ficou mais espantado que eu. Também não soube dizer qual seria.
Alguém esqueceu de dizer para aquele pássaro que a anatomia dele não permitia subir em fios de alta tensão.
Colaboração: Priscila Assumpção, Terapeuta, Mediadora, Especialista em Comunicação.
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