Antonio Delfim Netto, figura central na economia brasileira e ex-ministro de diversas pastas, faleceu nesta madrugada em São Paulo. Autoridades lamentam a perda do notável economista que teve mais de 55 anos de vida pública.
Faleceu na madrugada desta segunda-feira (12), aos 96 anos, o ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, Antonio Delfim Netto. Internado desde o dia 5 no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, Delfim Netto deixou um legado que marcou profundamente a história econômica do Brasil.
Autoridades de todo o país manifestaram pesar pela perda do economista, que atuou em cargos de destaque no Executivo e no Legislativo, além de ser professor Emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP). Com mais de 55 anos de vida pública, Delfim Netto foi uma figura influente no desenvolvimento econômico do Brasil, sendo um dos responsáveis pelo chamado “milagre econômico” dos anos 70, que trouxe crescimento expressivo ao país.
Delfim Netto ocupou importantes posições, incluindo a de ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, durante os governos Costa e Silva e Médici, no regime militar. Em sua gestão, o Brasil viu um crescimento médio anual de 9% do PIB, criando 15 milhões de novos empregos e posicionando o país como a oitava maior economia do mundo. Ele também foi ministro do Planejamento de 1979 a 1985 e ministro da Agricultura no governo Figueiredo. Além disso, representou o Brasil como embaixador na França entre 1975 e 1977 e foi deputado federal por São Paulo durante 20 anos.
Em 2018, Delfim Netto foi alvo da Operação Lava Jato, sob suspeita de envolvimento em esquemas de corrupção. No entanto, seu legado como um dos maiores economistas do Brasil permanece incontestável.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lamentou a perda e destacou as contribuições significativas de Delfim Netto para o país, especialmente durante sua atuação como secretário da Fazenda em São Paulo na década de 60.
Delfim Netto deixa uma vasta obra publicada, com mais de dez livros e inúmeros artigos acadêmicos, refletindo sua profunda influência no pensamento econômico brasileiro. Ele será lembrado não apenas como um servidor público exemplar, mas também como um dos grandes intelectuais do Brasil.
Nossos sentimentos aos familiares e amigos.