Gestão estadual vai liberar R$ 25 milhões aos municípios para início das ações de implementação do documento
O novo currículo paulista das etapas da educação infantil e do ensino fundamental foi homologado nesta quinta-feira (1º) pelo secretário de Educação, Rossieli Soares, em evento realizado com a presença do governador João Doria, no Palácio dos Bandeirantes.
O documento faz parte das ações da Secretaria de Educação por meio do regime de colaboração com os municípios paulistas. “O regime de colaboração entre Estados e municípios é fundamental para melhorarmos os níveis de aprendizagem na educação de São Paulo. Temos que ter uma visão sistêmica do processo com foco na aprendizagem do nosso estudante, independente de ele pertencer à rede estadual ou municipal”, destaca o secretário Rossieli.
Para entrar em vigor, o documento passou por uma série de discussões desde o ano passado. Formulado por 22 redatores, a construção do novo currículo paulista contou com 2,5 milhões de participações, via consulta pública, e 103 mil sugestões da sociedade civil. O currículo também foi debatido em seminários regionais e oficinas, onde participaram quase 30 mil professores e gestores que representaram 611 municípios paulistas.
O documento está alinhado às competências inerentes ao século 21 e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil e do ensino fundamental, aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologada pelo Ministério da Educação, em dezembro de 2017.
Apoio financeiro
A Secretaria de Educação apoiará com R$ 25 milhões os municípios que fizerem a adesão ao currículo paulista, com formação, avaliação, a partir da aplicação subsidiada do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e materiais de apoio, com a disponibilização dos cadernos “Ler e Escrever” e “EMAI”. No total, 372 municípios fazem parte do sistema do Estado, e no caso deles, a adesão ocorre automaticamente.
O Saresp é aplicado pela Secretaria com a finalidade de mensurar os níveis de proficiência dos alunos e passará por processo de revisão para estar alinhado ao novo currículo paulista.
Outro ponto de mudança desencadeado pelo novo documento será a revisão do material didático distribuído para a rede estadual. Os cadernos “Ler e Escrever” e “São Paulo Faz Escola” desenvolvidos tanto para os alunos quanto para os professores serão revisados para o ano letivo de 2020.
Formação de professores
A implementação do currículo já está em andamento na Secretaria. Para garantir que ele chegue aos estudantes, haverá uma ampla formação de professores. A partir do fim de agosto estão previstos dois encontros com cerca de 350 profissionais e um encontro para mais de mil de todo o estado de São Paulo que serão os formadores para abordar os temas estruturais do currículo como: educação integral; competências e habilidades; e metodologias ativas.
O objetivo é que os profissionais presentes nestas formações repliquem o conhecimento e as informações em suas respectivas unidades, garantindo a formação em “efeito cascata.”
Ao longo do ano, haverá outras formações para conjunto de trilhas formativas, desenvolvida pela Secretaria e Undime, com apoio da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo (Efape).
Educação integral
O principal pilar do documento é a implementação do conceito de educação integral que promove o desenvolvimento do estudante tornando-o sujeito da aprendizagem. Esse novo paradigma pressupõe uma mudança de percepções: o professor supera as barreiras das disciplinas e promove a integração curricular, e o aluno se desenvolve em todas as dimensões.
O novo currículo prevê ainda, por meio da educação integral, que a escola esteja conectada com o sentido da vida dos estudantes e fomente o uso de metodologias ativas para ressignificar as aprendizagens e os espaços.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo