Priscila Assumpção
Quantas vezes já ouvimos ‘É mais bem-aventurado dar do que receber’? Este ensinamento foi dado por um grande líder da igreja primitiva cristã – Paulo de Tarso. Poucos se doam tanto quanto ele se doou pela causa. Ele conhecia bem a alegria de doar.
Com isso em mente, João Paulo (nome recebido em homenagem ao avô e ao grande apóstolo), fazia questão de achar uma maneira de todos os dias, ajudar alguém. Comprava um café a mais na padaria e pedia para entregar ao próximo cliente. Dava uma moeda ou duas para cada mendigo que encontrasse pelo caminho. Visitava o asilo de idosos para conversar com eles e ver se precisavam de algo. Oferecia ajuda às crianças que tinham dificuldade com a lição de casa, e não cobrava nada por isso.
João Paulo assinava embaixo do que Paulo dissera: mais bem-aventurado é dar! Todas estas atividades lhe traziam imensa alegria. Mesmo assim, se sentia incompleto.
João Paulo tinha uma grande frustração. Estava casado há 27 anos com uma mulher maravilhosa, admirável, prendada, inteligente, linda e completamente autossuficiente. “Querida, precisa de ajuda com os pratos?”, perguntava. “Pode deixar, meu bem. Já cuidei de tudo”. “Quer que eu tire o lixo?” “Não precisa, amor. Pode ficar aí.” E assim vai.
Um dia, Ana, esposa de João Paulo, acordou se sentindo um pouco estranha. Nariz entupido, tosse seca, dor de cabeça. Não era como as outras gripes que não a impediam de levantar e cuidar dos afazeres e do trabalho. O corpo todo doía. Ficou preocupada por causa do vírus que estava circulando. Achou melhor descansar.
“João?”, chamou, sem se levantar. “Sim, querida?”
“Pode me ajudar com os afazeres hoje? Não me sinto bem.”
Os olhos de João Paulo se arregalaram um pouco e uma grande alegria tomou conta de seu coração. Nunca havia se sentido mais amado em toda sua vida!
Colaboração: Priscila Assumpção, Terapeuta, Mediadora, Especialista em Comunicação