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O Pau do Morto

Por: Antonio Fais

Dr. Richard Hardy nasceu no final dos anos 30, na pequena Springfield, capital de Illinois, na Garfield Street, bem ao lado do túmulo de Abraham Lincoln.
Com a morte de seu pai, sua mãe, uma mulata brasileira, vendeu a farmácia e resolveu voltar à terra natal em Águas de Santa Bárbara, perto de Avaré.

Dick, como era chamado, mesmo sem saber português, logo ficou amigo de todos, ou quase todos, nem tanto dos meninos, pois conquistara o coração das garotas da cidade. O Gringo adaptou-se bem à pequena cidade, à escola e aos costumes locais.

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Seu grande sonho, influenciado pelo pai, era ser médico, e por isso estudava muito, tanto que aos 17 anos, em 1956, estava na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Para completar seus rendimentos, dava aulas em um cursinho pré-vestibular. E fazia muito sucesso, pois, além de um bom professor, era o queridinho das alunas. Como quase médico, tinha acesso ao Inovid, o primeiro anticoncepcional, criado havia poucos meses. Entre os colegas era conhecido como Big Dick.

E foi lá que ele conheceu, já no último ano da faculdade Ísis, uma menina encantadora – foi paixão imediata, mas o Inovid não funcionou bem nesse caso.

Filha de um rico Barão do Café, não teve acordo, casaram-se o mais breve possível. Desta união nasceu Richard Jr., único filho do casal, que 25 anos mais tarde também se tornaria médico. O matrimônio também rendeu a Dick uma suntuosa clínica pediátrica, clientes à beça e muito sucesso.

A vida sorria ao Dr. Dick, exceto pelo fato que Ísis, ciumenta, já sabendo do gosto do marido por mulheres, fazia ele “comparecer” todas as manhãs, antes de ir trabalhar, e todas as noites, duas ou três vezes. Assim, embora muito desejasse, era impossível ser infiel.

E não pense, caro leitor, que com o tempo Ísis deu sossego ao doutor, mesmo depois de muitos anos de casados, lá pelo final dos anos 90, ela impunha a mesma rotina matutina e noturna a Dick.

Em 1998, veio uma novidade que permitiu Dick sonhar com as desejadas aventuras amorosas: o Citrato de Sildenafila, o Viagra. Já em abril de 98, Dr. Dick inventou um congresso que teria que participar no Estados Unidos e trouxe na mala caixas e caixas da pílula azul. À boca pequena, distribuía aos colegas médicos de 50, 60, 80 anos, todos alegres com o efeito do azulzinho.

O Dr. Dick Hardy tomava um já de manhã e outro no final da tarde, principalmente quando tinha serão.

E foi em um final de tarde, depois de dois comprimidos, que ele foi ao motel com uma das mais belas socialite da cidade. E, encantado com seu próprio desempenho, já dando bis, Dr. Dick teve um enfarto fulminante e morreu ali, imediatamente. A distinta senhora, para não ter escândalo, ligou para Richard Jr. que chegou com outro colega, também médico, dispensaram a mulher muito conhecida, deram uma grana ao porteiro e foram ver com resolver o assunto. Foi quando ambos constaram que o Big Dick ainda estava em pé, ereto, duro, enorme.

Levaram-no à autópsia, sem saber o que fazer com aquele troço. Um dos médicos sugeriu cortar, ao que Richard Jr. reagiu de imediato: “NEM PENSAR!”.

A solução foi amarrar com fita crepe o membro intumescido, conseguir um terno largo e levar ao velório naquela manhã quente de janeiro de 1999.

Era por volta das 11 da manhã, já prestes a se levar o corpo, enquanto a chorosa Ísis borrifava um pouco de água sobre a flores no caixão, aproximou-se uma grande amiga sua, abraçou-a, também chorando e, acariciando a mão do defunto, dizia: “Que grande perda! Que grande perda!”.

Nesse momento, com o calor e a água, a fita crepe não resistiu e, sob o espanto de todos, o Big Dick se fez presente. A amiga gritou: “DICK! AQUI NÃO MEU A…!”. Enquanto a viúva partia aos tapas e puxões de cabelo sobre a grande amiga e o morto, ali, de membro em riste.

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Antônio Fais

Colaborador

Escritor, Filósofo, Professor, Especialista em Linguagem e Aprendizagem.

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