Anuncie aqui
Anuncie aqui

Intoleráveis discriminações

Por: William Nagib Filho – Advogado

Anuncie aqui

Duas matérias bem recentes (Valor Econômico-30/08) e Revista da AASP/agosto 23) falam do preconceito no ambiente do trabalho sob várias rotulações atuais, numa gama de atitudes, sentimentos ou ações negativas, discriminatórias ou preconceituosas contra pessoas, especialmente quanto à idade, o chamado etarismo ou idadisto/ageísmo.

Os textos trazem dados impressionantes: na Justiça do Trabalho houve o aumento em 2023 no volume de processos envolvendo pautas ESG (Ambiental, Social e governança), sobretudo nas questões sociais, vale dizer, de inclusão, diversidade, pertencimento, igualdade, equidade, sociabilidade etc…

Dentre os temas mais recorrentes observa-se práticas de racismo, gordofobia, transfobia, misoginia, sexismo e preconceito contra pessoas com deficiência ou alguma doença mais expressiva.

Na esfera trabalhista os números só deste ano de 2023 dizem muito quanto à variada discriminação nos ambientes de trabalho: 200 ações de gordofobia, 3.370 de racismo, 107 de transfobia, 121 de misoginia, 550 de sexismo (preconceito contra um determinado gênero) e 802 para casos de preconceito com pessoas com alguma deficiência. As indenizações por danos morais têm ficado entre R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 nas ações individuais, mas podem ser muito superiores em casos de ações coletivas contra as empresas.

Quanto ao etarismo, assunto aqui em destaque, os números são significativos: 147 casos só neste ano, superando o total de 2020 a 2022 de processos que dizem respeito ao preconceito em relação aos idosos, com destaque, inclusive, para o segmento dos escritórios de Advocacia, por incrível que possa parecer. Quase 60% dos profissionais da Advocacia nascidos entre 1965 e 1979 já sofreram preconceito por causa da sua idade e 66% deles sentem que os mais novos duvidam de seu profissionalismo.

Triste realidade: presumia-se que, na figura dos advogados, estariam os baluartes na defesa da Carta Constitucional de 1988 e seus princípios, especialmente o da dignidade da pessoa humana, não tendo o menor cabimento a ocorrência dessa forma de preconceito justamente nesse segmento, onde a experiência e dinamismo dos mais antigos são sempre positivos.

O terreno está fértil: recusas injustificadas de oportunidades profissionais na contratação ou promoção, preconceito na forma de tratamento por colegas, juízes, promotores e até mesmo pelos próprios clientes, limitação do acesso a recursos e desenvolvimento profissional com subestimação das habilidades de um profissional apenas por conta de mais idade e por aí vai.

Embora não haja uma legislação específica envolvendo o etarismo, há o Estatuto do Idoso que pode ser bem aplicado, podendo levar o agente que praticar o ato discriminatório pela idade à prisão de multa diante da humilhação, desdenho e menosprezo por qualquer motivo.

Também a Lei 14.457/22 é importante nesses casos, ao prever a Comissão Interna de Acidentes CIPA também no controle e prevenção das práticas de assédio.

A reputação das empresas é verificada todo o tempo. Dentro da agenda ESG, necessária à própria sobrevivência de cada empresa, toda e qualquer forma de discriminação fere de morte a responsabilidade social, desprestigiando as tão necessárias políticas efetivas de inclusão, diversidade, equidade e pertencimento.
Para combater o etarismo as empresas deverão centrar foco na promoção da diversidade geracional. A intergeracionalidade é necessária nos ambientes de trabalho. Do recrutamento e seleção, passando pelas promoções, é imprescindível repensar as políticas antidiscriminatórias que assegurem que os procedimentos internos estejam alinhados para a criação de ambientes inclusivos e diversificados., garantindo a inclusão de diferentes faixas etárias, valorizando a experiência profissional e a capacidade de contribuição, independentemente da idade.

Em respeito à dignidade da pessoa humana e nunca esquecendo que panela velha é que faz comida boa, combater o etarismo e outras formas de discriminação é papel de toda sociedade, especialmente da Advocacia, bem como assegurar espaço à pluralidade de perfis geracionais, respeitando-se particularidades comportamentais, sociais e culturais.

Colaborador: William Nagib Filho – Advogado

 

Anuncie aqui
Anuncie aqui

Unimed Rio Claro apresenta:

Dr. Nelmer Rodrigues conversa com Dr. Alexandre Viviani - Cardiologista e também o Dr. Sérgio Antonio Pezzoti - Cardiologista falando sobre o tema "As Doenças do Coração".

Últimas notícias

Força Tática desmantela estufa de maconha e prende dupla por tráfico em Rio Claro

Policiais localizaram pés da droga cultivados em estufa equipada com iluminação e climatização artificiais no bairro Jardim Nova Rio...
Anuncie aqui

Jogue e descubra a nossa palavra do dia!

Mais notícias

Anuncie aqui
Anuncie aqui

Desfiles, VAR, UESCA….

Sucesso os desfiles das escolas de samba de Rio Claro. Ingressos esgotados, transmissão ao vivo, comércio, hotelaria e gastronomia contentes. Este ano marca a efetiva...

Trump, ESG e Sísifo

Trump dá canetadas que deixam o mundo sem saber o que é verdade e o que não é, tumultuando as percepções da imprensa. Flooding...

ACIRC celebra 103 anos com evento prestigiado por autoridades, associados e...

Solenidade em formato brunch reuniu representantes do poder público, empresários, imprensa e membros da comunidade em manhã festiva marcada por homenagens, discursos e confraternização.   Na...
Anuncie aqui

Com emoção e gratidão, Associação das Senhoras de Rotarianos de Rio...

Sob o lema “Unidos para Fazer o Bem”, Deisenete Galvani assume a presidência da entidade, sucedendo Daiane Altarni, que encerrou seu mandato com importantes...

Júnior Hartung abre temporada do show “Do Meu Jeito” com casa...

Com direito a iluminação cênica, painel de LED e participações especiais, Júnior Hartung transforma o BR11 Botequim em palco de uma verdadeira celebração da...
Anuncie aqui