A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) adiou a previsão de entrega das primeiras doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, para combate à Covid-19, de fevereiro para março. O motivo do adiamento em um mês está relacionado ao atraso na chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima que vem da China.
A informação foi passada pela fundação nesta terça-feira (19), por meio de ofício com data da véspera, direcionado ao Ministério Público Federal (MPF).
No documento, com o assunto “Apurações instauradas no Ministério Público Federal para acompanhamento da estratégia de vacinação contra a Covid-19”, de um processo aberto em dezembro, a Fiocruz responde a esse e a outros seis questionamentos feitos pelo procurador da República Marcos Alencar Martins Friaça sobre as condições para disponibilização da vacina para o Plano Nacional de Imunização (PNI).
O dado sobre o adiamento, com previsão para março, está na resposta à terceira pergunta do ofício do MPF, enviado no dia 11, que indaga sobre a previsão de entrega ao Ministério da Saúde das primeiras doses do imunizante. O documento é assinado pelo diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, Maurício Zuma Medeiros.
“Estima-se que as primeiras doses da vacina sejam disponibilizadas ao Ministério da Saúde em início de março de 2021, partindo da premissa de que o produto final e o IFA apresentarão resultados de controle de qualidade satisfatórios, inclusive pelo INCQS. Importa mencionar que o período de testes, relativos ao controle de qualidade, está estimado em 17 dias, contados da finalização da respectiva etapa produtiva, acrescidos de mais dois dias de análise pelo INCQS”, diz a resposta, que faz alusão ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde.
Nesta terça-feira, o analista Leandro Resende informou que o IFA está pronto para envio desde o dia 10 de dezembro, aguardando a licença para exportação por parte do governo chinês.
O composto é formado por organismos vivos, um adenovírus, em quantidade suficiente para produzir 100 milhões de doses de vacina na Fiocruz, na Zona Norte do Rio. Adenovírus é um vetor viral que foi tratado em laboratório para gerar anticorpos no organismo humano sem qualquer tipo de risco.
Na véspera, em entrevista, a pesquisadora e pneumologista Margareth Dalcomo revelou que o contrato prevê que, caso o produto não seja entregue até o dia 25, a AstraZeneca forneça doses prontas para a Fiocruz.