Geada: entenda sua formação e como minimizar os efeitos na lavoura
Os termômetros despencaram nas últimas 24 horas em Rio Claro e região. Porém até o momento não tivemos informações que tenha ocorrido geada. No dia 20 de julho foi registrado alta incidência de geada no município.
Segundo Carlo Burigo, Técnico da Estação Metereológica do CEAPLA. A frente fria trouxe chuva na madrugada de terça-feira e ao longo do dia elevando a taxa de umidade do ar para 63%. A chegada dessa frente fria baixou significantemente as temperaturas nessa madrugada a mínima registrada foi 1.9°C. já a umidade do ar está em 64%. Há previsão que essa temperatura caia ainda um pouco mais na sexta-feira os termômetros estarão registrando de 0°C a 2°C, então pode ocorrer geada. Na última semana o Município registrou temperara de -4.3°C.
O município de Corumbataí também registrou baixas temperaturas segundo o CIIAGRO Centro Integrado de Informações agrometeorológica os termômetros estavam marcando a temperatura mínima de 1.8°C na estação meteorológica já na área urbana segundo o estudioso Mario Galdini essa madrugada o município registrou a mínima de 2°. Segundo o pluviômetro do Senhor Mario foi registrado um volume de chuva de 16.7 mm.
Geada: entenda sua formação e como minimizar os efeitos na lavoura
A geada é um fenômeno muito conhecido pelo produtor rural, causando grande preocupação devido aos prejuízos econômicos que provoca na lavoura. No Brasil, é um fenômeno frequente nos estados de Minas Gerais (região sul), São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Definida como o congelamento dos tecidos vegetais que provoca a morte das plantas ou suas partes (folhas, ramos, frutos, caule), em função da baixa temperatura do ar, que atinge 0°C, havendo ou não a formação de gelo sobre os tecidos. A suscetibilidade das culturas agrícolas às geadas varia com a espécie e com a fase fenológica no momento da ocorrência.
Os tipos de geada são definidos conforme a sua formação ou pelo aspecto visual. Confira abaixo como elas se formam, suas aparências e também como minimizar os impactos que ela causa na lavoura.
Como se formam?
Geada de advecção ou de vento frio: são provocados por ventos fortes e constantes, com temperaturas muito baixas durante muitas horas seguidas. O ar frio irá ressecar a folhagem e causar a sua morte. A advecção de ar frio resulta da entrada de massas de ar frio, provenientes da região polar.
Geada de radiação: ocorre quando há resfriamento intenso da superfície por perda de energia em noites de céu limpo, provocado por um sistema de alta pressão, que inibe a formação de nuvens no céu facilitando a perda de radiação da superfície para a atmosfera.
Geada mista: situação em que ocorre os dois processos anteriores sucessivamente, ou seja, entrada do ar frio e seco que estagna sobre a região favorecendo intensa perda de energia durante a noite.
Geada de canela: provocada pelo vento que sopra morro abaixo em noites de intenso resfriamento da superfície. O vento congela a seiva que passa pelo caule das plantas próximo ao solo (“canela” da planta), assim os vasos condutores de seiva nessa região são necrosados, aparentando cor escura.
Os aspectos visuais
Geada negra: ocorre quando umidade do ar está baixa e a perda radiativa é intensa, causando um forte resfriamento a ponto de chegar a temperatura letal da planta. Em função da baixa umidade no ar não há deposição de gelo.
Geada branca: ocorre quando o intenso resfriamento noturno provoca o congelamento sobre as plantas, com deposição de gelo. Nesse caso, a atmosfera está úmida e provoca a condensação o vapor d’água com a liberação de calor latente, fato que ajuda a reduzir a queda de temperatura. Assim a geada branca se torna menos severa que a geada negra.
Agravantes naturais da geada
Existem aspectos gerais da área que facilitam o acúmulo de ar frio, favorecendo a formação de geada, como a vegetação fechando a saída da bacia hidrográfica.
Vegetação de porte alto à jusante: favorece o acúmulo de ar frio na área destinada a plantio de culturas perenes. Nesse caso deve ralear a mata ciliar na beira do rio para que o escoamento do ar frio passe entre as árvores.
Vegetação de porte baixo à montante: favorece o escoamento de ar frio pela encosta provocando a geada de canela. Para evitar o escoamento de ar frio sobre a encosta, deve-se plantar árvores e arbustos nas beiradas do campo.
a) Disposição ideal da vegetação e b) disposição a ser evitada nas diferentes configurações do terreno.
Como minimizar os efeitos da geada
É possível minimizar os efeitos causados pela geada através das seguintes práticas:
Planejamento do local e semeadura
Visa analisar dados climáticos do local e variedade a ser cultivada, possibilitando a escolha de locais e época de plantio/semeadura de modo a se evitar os períodos mais críticos com relação a ocorrência de geadas.
Utilização de variedades resistentes
Para uma mesma cultura as variedades podem apresentar diferentes tolerâncias ao frio. O conhecimento das temperaturas letais para as diferentes variedades cultivadas, tanto anuais como perenes, possibilita a escolha daquelas mais adequadas para a região.
Nebulização artificial da atmosfera
Aplicação de neblina artificial sobre a cultura de modo a reduzir a perda de energia pela a superfície, evitando o resfriamento intenso.
Irrigação
Aplicação de água por aspersão na cultura durante a noite da geada em uma taxa de 2 a 6 mm/h. Quando a água congela libera calor latente, reduzindo o resfriamento e mantando a temperatura por volta de 0°C.
Uso de coberturas protetoras.
Utilização de coberturas plásticas que proporcionam condições microclimáticas adequadas para os cultivos em épocas de ocorrência de geada.
Ventilação forçada
Consiste em misturar o ar da atmosfera mais quente (acima) com o ar mais frio (abaixo), pois nas noites de inverno ocorre a inversão térmica, com a superfície sendo mais fria que as camadas de ar mais altas. Para aplicar esse método é necessária a instalação de grandes ventiladores acima da cultura, porém só é aplicável em pequenas áreas planas.