Material inédito inclui caderno, marcadores, calendário e ‘caixa-arte’ com obras do premiado artista rio-clarense, em defesa da fauna ameaçada de Monte Alegre.
“Arte é vida. Mas uma arte que lute pela vida em si extrapola isso, em conexão por um mundo melhor, mais digno, justo e divertido”. Com estas palavras, o artista, pesquisador e produtor cultural Camilo Riani resume o sentimento que pautou todo o processo criativo da sinalização artística desenvolvida para os visitantes do histórico bairro Monte Alegre, em Piracicaba, bem como dos novos materiais gráficos, agora lançados. O projeto original, fruto da iniciativa do grupo ambiental Casa da Floresta em parceria com a produtora japonesa de papéis Oji, buscou inicialmente reduzir o número de atropelamentos de animais das várias espécies que compõem a fauna local, na iniciativa batizada de ‘Circuito Monte Alegre’.
As coloridas imagens que marcaram originalmente as placas artísticas acabaram por conquistar a comunidade e ganharam novos espaços e suportes, como o inédito material lançado a partir do convite de Mônica Salles, da Oji Papéis. “É a potência encantadora do universo artístico que conecta as pessoas pela vida, pela mudança de atitudes. Nada melhor que a arte para trazer todos a temas tão importantes. Se for com criatividade, beleza, ousadia e surpresa, melhor ainda”, destaca o artista, que desenvolveu as imagens originais com apoio de seu irmão e designer Chico Riani, uma vez que enfrenta uma enfermidade autoimune que limita suas atividades. “A vida nos surpreende, sempre. Essa doença me trouxe um sopro de redescobertas, de dimensão coletiva. O Chico é de um talento ímpar”, comemora Camilo, que ampliou o convite a outros artistas, resultando no grupo Muroarte, de arte colaborativa, composto por ele e pelos irmãos Chico, Amélia e Paulo Riani, mais a amiga Rosana Zaccaria. O material recém lançado traz um dos inúmeros estilos criados pelo artista, como aquele utilizado na sua marcante série Ecos, que ilustrou coleções de vestuário (Vista Arte), calendários artísticos (Divisa), quadros e demais suportes.
“Assim, minha ‘turrice’ artística pode permanecer viva, pelas mãos e alegria de tantos outros”, brinca o artista, que recebeu o título de Cidadão Piracicabano em 2023 e relembra a importância do amigo Klaus Barreto na ideia inicial do atual projeto, que acabou por alcançar proporções inéditas. A iniciativa teve, ainda, o apoio e a parceria da Esalq-USP, Neurônio Adicional, Prefeitura Municipal de Piracicaba e Monumental Studio.