Por: Priscila Assumpção
Se não fosse por um prédio novo, agora completo, eu nem saberia que faz dois meses e meio que não venho para essa cidade. A sensação é de que tinha saído daqui há apenas alguns segundos.
Quando vi meu filho, depois de quase dois anos sem poder vê-lo ao vivo, foi como se nunca tivéssemos nos separado. E, enquanto segurava sua mão no trem, a caminho do aeroporto, e me separar dele de novo, o tempo voava. Eu tentava me agarrar a cada segundo, mas foi em vão.
E de quem é o rosto que vejo no espelho? Por que tenho a sensação de que estou olhando para minha mãe? Onde foi o tempo?
Não vou gastar mais momentos, tão passageiros, pensando no que poderia ser, buscando culpados e razões que me trouxeram a esse momento. Quero viver o agora, com curiosidade, alegria, consciência. Espero assim conseguir guardar mais momentos na memória. Talvez, em algum momento, eu queira resgatar alguma dessas memórias. Talvez não.
Então me pergunto, o que quero fazer nesse momento? O que o tornará um momento que vale a pena ser vivido? Fico aberta para momentos em que não dá vontade de fazer nada, ou assistir vídeos de Youtube que divertem. Não sou de ferro.
Não dá para fazer algo significante e digno de um livro todos os momentos. Só posso esperar que pelo menos um dos momentos da minha vida me faça sentir que valeu a pena o tempo que passei aqui.
Colaboração: Priscila Assumpção, Terapeuta, Mediadora, Especialista em Comunicação.
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