Por: Priscila Assumpção
“Milhões de pessoas que anseiam pela imortalidade não sabem o que fazer sozinhas em uma tarde chuvosa de domingo.” – Susan Ertz (romancista e poetisa inglesa, 1887 – 1985)
Sempre ouvi dizer que, para deixar um legado, uma marca da breve passagem pela Terra, devo plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Depois disso feito, já posso partir em paz. Missão cumprida.
Em 1997, meu sonho de ter um filho se concretizou. Menino lindo, inteligente, minha maior alegria até hoje. Com ele, aprendi a questionar, a expandir minha zona de conforto, e que minha limitação na matemática é maior do que eu pensava! Para minha sorte, ele já nasceu na época dos jogos didáticos no computador. Até hoje, acho que ele ensina mais sobre tudo para mim do que eu para ele.
Vinte anos depois disso, ganhei um grande mestre que me encorajou a desenvolver a arte escrita. Sempre gostei de ler, e já havia me atrevido a escrever um pouco quando jovem, mas nada sério ou com disciplina. Agora tenho um livro meu publicado, outro em coautoria com meu professor, que virou amigo e sócio, e que insiste que eu escreva mais um.
Bom, veio até uma pandemia para dar mais tempo para estudar, ler, escrever. Será que sai mais um livro? Confesso que sei que levo certa vantagem em situação de pandemia. Por ser altamente introvertida, momentos de solitude são sempre bem-vindos. Posso me inspirar em Isaac Newton, que criou sua Teoria da Gravidade durante o isolamento por causa da pandemia da Peste Bubônica. Não sei se sai outro, mas um livro já garanti.
Como só falta plantar uma árvore, não estou com pressa. Vou deixar isso para mais tarde. Bem mais tarde. Talvez em uma tarde chuvosa de domingo.
Colaboração: Priscila Assumpção, Terapeuta, Mediadora, Especialista em Comunicação
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