A professora de crochê e tricô Ana Rita Clementino da Costa Tonello, integrante do Grupo Amor, comenta esse fenômeno.
Nos últimos anos, um número crescente de jovens na faixa dos 20 anos tem redescoberto o tricô e o crochê como formas de expressão criativa, relaxamento e até mesmo conexão social. Esse movimento reflete uma busca por atividades que substituam o uso excessivo das redes sociais, proporcionando benefícios tanto para a saúde mental quanto para o bem-estar geral.
De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria de mercado Craft Yarn Council, houve um aumento de 20% na procura por materiais de crochê e tricô entre jovens de 18 a 25 anos desde 2020. Esses dados mostram que as gerações mais novas, muitas vezes associadas à tecnologia e ao uso constante de smartphones, estão cada vez mais voltando seus olhares para práticas manuais.
A professora de crochê e tricô Ana Rita Clementino da Costa Tonello, integrante do Grupo Amor, explica esse fenômeno: “O artesanato está em alta, com diversas formas de trabalho. A mídia ajuda muito, os estilistas, decoradores e até mesmo as indústrias têm investido muito nos fios para trabalhos manuais, o que ajuda bastante a estimular o interesse. Com a facilidade das redes sociais, de ver outras pessoas fazendo e criando, isso também estimulou muito a ver que não é só para as vovós, e sim para crianças, adolescentes e homens, que podem e fazem também. Isso é incrivelmente poderoso e muito bom, nesses momentos que vivemos, estar conosco, estar junto, criando e aprendendo, podemos relaxar e assim viver melhor, renovar as energias.”
Ana Rita lembra que, em um momento em que a ansiedade e o estresse são problemas comuns entre jovens, o crochê e o tricô oferecem uma forma de desacelerar e focar no presente. Ela compartilhou uma experiência marcante de seu passado, quando ministrava aulas de crochê voluntárias para crianças em uma escola: “Meninos e meninas fizeram peças incríveis para a idade deles. Hoje, já adultos, me encontram e dizem que nunca esqueceram o crochê. É gratificante saber que essas práticas os marcaram. Além disso, essas atividades melhoram a saúde do corpo e da mente, independentemente da idade.”
O impacto do tricô e do crochê vai além do individual. Ana Rita integra o Grupo Amor, um coletivo com 27 voluntárias – número que deve chegar a 30 em breve – que se reúne todas as segundas-feiras, às 14h, no Centro do Professorado Paulista (CPP) de Rio Claro. O grupo confecciona peças que são doadas para instituições de caridade, atendendo idosos e bebês, unindo a paixão pelo artesanato com a solidariedade. “Amo o crochê, o tricô e, acima de tudo, as pessoas que se envolvem comigo nesse processo de ensinar e aprender. Assim é a vida, para podermos ser e estar sempre felizes e melhores em todos os sentidos”, fi