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Números…. ora números!

O jornal “Estadão” monitora os assassinatos na política brasileira há quase dez anos, com destaque para o aumento dos homicídios, como a eliminação do adversário em busca de espaço de poder, por vingança política e divergências entre militantes de campos opostos, incluindo-se o envolvimento de agentes públicos no exercício do cargo.

Nas eleições de 2020 foram 16 assassinatos por intolerância e discussões sobre candidatos em caminhadas, panfletagens e comícios, crimes não premeditados, não se incluindo nesse número os crimes de mando, dentre outros. São números!

Com isso, as mortes por intolerância política já superam as de 4 eleições nacionais. O ano de 2022 já supera em homicídios as disputas de 1989, 1994, 2006 e 2014, tendo como vítimas secretários municipais, servidores, vereadores, policiais ligados a políticos e ativistas.

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Os tipos de violência política e eleitoral no primeiro semestre de 2022 são ameaças, agressões, homicídios (incluindo-se de familiares), atentados e sequestros. Coincidência ou não, os números da violência de forma geral têm surpreendido especialmente quando o instrumento utilizado envolve armas de fogo. São números a indicar tal cenário!

O incremento na ordem de novas 30 mil armas por mês nas mãos dos brasileiros, sob o discurso de que armas para o cidadão de bem devem ser estimuladas para não ser ele escravizado por seus governantes, poderá estar diretamente associado aos números da violência de agora até as eleições vindouras. De toda forma, são números!

Não se sabe com precisão o quanto cresceu a violência por conta do fenômeno da liberdade para se armar o brasileiro. O período da pandemia restringiu a circulação e convívio social e limitou inúmeras atividades onde há riscos de sinistros de toda ordem, daí porque qualquer projeção pode ser equivocada. Enfim, também seriam números!

Mas o fato é que a polarização política mais radical hoje vista está a despertar preocupação. Não se pode considerar normal inúmeros episódios em que a divergência política no campo das ideias leve a mortes diante da intolerância e do processo corrosivo de degradação de valores de nossa sociedade.

É triste essa realidade, especialmente para quem participava do processo democrático de “camarote”, às vezes com a família toda, dos debates e encontros nas praças e grandes avenidas para manifestar-se livremente contra isso ou aquilo e também para ouvir propostas e discursos daqueles que se dispõem às variadas candidaturas.

Nas redes sociais a intolerância e o confronto ganha proporções e percentuais negativos impressionantes. Não vai acabar bem, isso é fato! São números a mostrar a gravidade!

O processo democrático perde muito: será perigoso acompanhar comícios, debates e encontros políticos. A festa da democracia pós “diretas já”, encerrando um período restritivo das liberdades, está sendo colocada em risco. O Brasil ficou um país perigoso para lideranças de diferentes causas e propósitos, havendo um triste estreitamento do espaço cívico. Isso segundo informam os números!

Uma pena. De agora até outubro teme-se pelos candidatos! Teme-se por seus correligionários! Teme-se pelo cidadão que precisa trabalhar nas campanhas! Teme-se pelo cidadão de bem que gosta da democracia, quer debater, quer participar fisicamente dos comícios e se emocionar com mensagens e propostas (ainda que ilusórias).

Até aqui números são apenas números, dirão por aí, mas não deixam de ser números.

A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da democracia: isso é fato, é real, é incontestável!

Colaborador: William Nagib Filho – Advogado

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