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Os nomes das ruas

Por: Antonio Fais

Em São Carlos tentaram dar o nome de Marielle Franco a uma rua, mas os vereadores rejeitaram.

Rio Claro tem um sistema prático com suas ruas e avenidas numeradas. Isso facilita muito a vida dos forasteiros. Já em Araraquara as ruas têm nomes, mas as ruas centrais são conhecidas por números também e a maioria dos moradores não sabem o nome da rua. Sempre foi um problema: o viajante perguntando o nome da rua e o morador sem saber.

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Eu gosto das ruas com nomes e datas, gostaria que muitas ainda tivessem nome de bichos, plantas, países, até pratos de comida.

Os nomes representam uma época, pessoas dessas épocas, fatos e outras coisas que puxam nossa memória.

Recentemente, na Europa e nos Estados Unidos, virou moda derrubar monumentos erigidos a ditadores, escravagistas e pessoas que tiveram suas reputações questionadas.

Aqui no Brasil, o caso mais emblemático é do Elevado Presidente Costa e Silva, o minhocão, que virou Elevado Presidente João Goulart, como pudéssemos apagar o que Costa e Silva fez, por trocar o nome da via. Aliás, ambos fazem parte de nossa história e devem ficar lá, lembrados, pelo bem ou pelo mal que fizeram.

Quase todas as cidades têm uma avenida Getúlio Vargas, menos a cidade de São Paulo, pois a revolução constitucionalista, deflagrada em 9 de Julho, foi uma luta que o Estado perdeu para o Presidente Getúlio Vargas. E, por ironia do destino, a avenida 9 de julho em São Paulo foi inaugurada, em 1941, por Getúlio Vargas. Uma avenida importante que se refere à mesma batalha é a Avenida 23 de Maio, em homenagem a Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, estudantes mortos nesse dia em um protesto pedindo uma nova constituição, o famoso MMDC.

A 25 de Março homenageia a Primeira constituição do Brasil em 1824, outorgado por D. Pedro I, após a Independência em 1822 – foi a mais duradoura Constituição até hoje, rejeitada em 15 de novembro de 1889, logo após a Abolição de Escravatura em 13 de maio do ano anterior, pela Princesa Isabel (rua em que moro).

Repare também que há várias ruas D. Pedro II, raras primeiro.

Em Rio Claro tem um edifício, em Limeira uma rua Senador Vergueiro, fazendeiro, escravagista, que importou vários europeus para trabalho semi-escravo em suas propriedades.

Fazem mal os vereadores que não querem as memórias dos crimes. Seria muito interessante que uma criança, daqui 50 anos, perguntasse, em qualquer cidade, quem foi Marielle e seu avô pudesse lhe dizer por que foi morta e quem a matou.

Nome de rua é memória de um tempo, que os fatos fiquem no passado, mas, bem ou mal, sempre lembrados.

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Antônio Fais

Colaborador

Escritor, Filósofo, Professor, Especialista em Linguagem e Aprendizagem.

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