Prefeitura diz que prioridade da gestão é usar recursos públicos especialmente para a saúde, segurança e educação.
Pelo quarto ano seguido, os integrantes das escolas de samba de Rio Claro (SP) não irão para a avenida desfilar. A decisão da prefeitura em não patrocinar o carnaval tem causado desgosto entre diretores, costureiras e foliões.
Segundo a prefeitura, a prioridade dessa gestão é usar os recursos públicos especialmente para a saúde, segurança e educação, e não para os desfiles das escolas de samba.
Em vez dos desfiles, a prefeitura informou que, assim como nos últimos três anos, os foliões podem participar do carnaval no Jardim Público, onde disponibiliza infraestrutura, segurança, som, sanitários e iluminação para que as escolas desfilem na cidade.
Saudade

Na Unidos da Vila Alemã (UVA), o galpão acumula poeira e guarda os troféus que deixaram saudade. Desde que o desfile acabou, o diretor Elder Baungartner tenta manter a tradição do samba com outras atividades.
“Fica bastante difícil para as escolas se manterem. A gente tem feito eventos aqui na quadra e a gente tem mantido nossa samba show, que desse jeito a gente mantem a bateria ativa e a gente agrega as pessoas que querem participar junto”, contou.
Para não deixar o desfile parar, a UVA se programou para fazer parcerias com outras escolas e se apresentar em cidades vizinhas.
“Está previsto para a gente desfilar em Cordeirópolis, onde fomos convidados, e Santa Cruz da Conceição. A gente vai usar toda a estrutura deles, inclusive fantasia e carro alegórico”, contou o presidente da UVA, Aldo Alves de Oliveira.
Alternativa

Além da UVA, mais três escolas fizeram história nos desfiles de Rio Claro, que ficou conhecido como um dos mais tradicionais do interior paulista: a Caçamba, a Grassifs, Voz do Morro e a Samuca.
Agora, depois de 17 títulos, no barracão da Samuca, restam só algumas alegorias e carros enferrujados. Mesmo assim, o presidente Leandro Freitas diz que a escola tenta manter a tradição de outro jeito.
“Nós temos uma programação de carnaval em parceria com a escola de samba Pérola Negra, de São Paulo, na qual a gente vai levar três alas, em torno de 240 pessoas, e temos apresentação em clubes e festa da cidade também”, contou.
Renda

Mais do que a festa, o cancelamento do desfile também causou prejuízo para o bolso de quem trabalhava na produção do evento. Hoje, a costureira Lucilene Duarte da Silva faz ajustes de roupas pra outros clientes, mas não se esquece dos velhos tempos.
“A gente ficava lá o dia todo, era mais de 500 fantasias que a gente fazia. Lá a gente almoçava, já ficava para o ensaio e ficava direto. ganhava um bom dinheirinho de um renda que hoje em dia não tem mais”, disse.
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara