Grupo criava deepfakes de Gisele Bündchen e outras celebridades em anúncios falsos; operação bloqueou mais de R$ 200 milhões em bens.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou nessa quarta-feira (1º) a Operação Modo Selva, que mirou uma organização criminosa responsável por fraudes digitais milionárias realizadas com o uso de inteligência artificial. O esquema utilizava deepfakes de celebridades como Gisele Bündchen, Angélica Huck, Juliette, Maísa e Sabrina Sato, em anúncios que promoviam produtos inexistentes.
Segundo as investigações, os golpistas produziam vídeos manipulados em que as personalidades apareciam recomendando itens como cosméticos e acessórios. As vítimas acreditavam se tratar de promoções legítimas e pagavam apenas o valor do frete, mas nunca recebiam os produtos.
Em seis meses, o grupo movimentou mais de R$ 20 milhões e ostentava uma vida de luxo exibida nas redes sociais, com mansões, viagens internacionais e até a criação de uma espécie de “universidade do crime digital”, onde ensinavam como aplicar golpes.
“Eles debochavam das autoridades e chegaram a oferecer mentorias virtuais, apresentando as fraudes como se fossem um modelo de negócio”, explicou a delegada Isadora Galian, responsável pela investigação.
A operação cumpriu 26 mandados judiciais em cinco estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco, São Paulo e Bahia. Quatro pessoas foram presas, entre elas Levi Andrade da Silva Luz, apontado como líder da quadrilha, e a influenciadora Lais Rodrigues Moreira, conhecida como “Japa”, que possuía mais de 110 mil seguidores e ajudava a ampliar o alcance das postagens fraudulentas. Outros três suspeitos continuam foragidos.
A Justiça determinou ainda o bloqueio de contas bancárias do grupo, que somam valores superiores a R$ 200 milhões.
Em suas redes sociais, Gisele Bündchen agradeceu o trabalho da polícia e reforçou a importância de denunciar fraudes digitais.