Por Alina Hassem.
Na terça feira desta semana, a colunista deste jornal Priscila Assumpção escreveu uma crônica em que aparecia um fusca e isso me trouxe boas lembranças. Eu aprendi a dirigir num fusca, isso foi por volta dos anos 2000, mas minhas lembranças são bem anteriores a essa, na verdade, eu acho que uma das minhas primeiras lembranças foi do carro do meu pai por volta de meados dos anos 80 e era um fusca.
O fato é que essas lembranças me fizeram conversar com algumas pessoas e uma delas me questionou como era fazer um seguro desse carro. A minha resposta foi que, pelos meus conhecimentos, as seguradoras não costumam fazer seguros de carros tão antigos e as que aceitavam fazer, cobravam muito caro. Então, resolvi abordar nesse artigo o tema de seguros.
Uma seguradora tem vários clientes que pagam, cada um, o prêmio de seguro. Nem todos os clientes vão utilizar o seguro, aqueles que precisarem, vão receber o valor total do bem assegurado. Vamos a um exemplo, digamos que uma pessoa tenha um carro cujo valor de mercado é de R$ 25 mil e decidi fazer um seguro. Após algumas cotações, uma seguradora lhe oferece uma proposta com um valor que ela considera bom; o seguro será por um ano, e para isso, ela deverá pagar R$ 700 de prêmio de seguro. Caso aconteça algum sinistro e essa pessoa venha a utilizar o seguro, o cliente receberá o valor mercado do carro (tabela FIPE).
A seguradora oferece para vários outros clientes o seguro e desta forma tem o seu risco diluído entre todos os clientes. O número de clientes que vai, de fato, utilizar o seguro é estimado pela seguradora e desta forma ela calcula o prêmio de seguro que ela vai cobrar de cada cliente de forma que garanta o pagamento de todos as ocorrências.
As seguradoras são regulamentadas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) e em algumas situações elas buscam outras seguradoras para transferir parte dos seus riscos, pois devemos lembrar que aviões, prédios, usinas hidrelétricas também procuram seguradoras.
Mas então, por que é difícil fazer um seguro para um Fusca antigo? Geralmente, as seguradoras limitam a idade do veículo por dois fatores principais, o primeiro deles é a dificuldade em conseguir peças de reposição e o segundo o de avaliar o valor de mercado do carro. Nem todos os fuscas 1977 tem o mesmo valor, em uma pesquisa rápida no site Webmotors encontrei fuscas desse ano com valor mínimo de R$ 9.000 e com valor máximo de R$ 68.000, o que não acontece com os carros mais novos que utilizam a tabela FIPE como parâmetro.
Colaboração: Alina Hassem, Administradora, especialista em Mercado Financeiro.