Compra será por meio de acordo com Agemcamp e pesquisadora estima funcionamento a partir de 2024. Universidade diz que informações vão subsidiar série de pesquisas e auxiliar Defesa Civil.
A Unicamp deve contar em 2024 com um radar estimado em R$ 3 milhões para prever eventos climáticos extremos na Região Metropolitana de Campinas (RMC). O equipamento será comprado por meio de um acordo com a Agemcamp, autarquia estadual que atua para integrar ações de comum interesse entre os 20 municípios integrantes, enquanto as operações serão realizadas pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas (Cepagri) da própria universidade.
“O radar é um equipamento construído por encomenda. A partir da formalização da compra, estima-se um ano para a sua fabricação. Assim, espera-se que o equipamento esteja em pleno funcionamento daqui a dois anos”, diz nota assinada pela pesquisadora Ana Ávila, após esclarecimentos solicitados via Serviço de Informações ao Cidadão (SIC), portal da Unicamp que atende questionamentos feitos com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).
A universidade destacou que o Cepagri e a RMC não têm radar, considerada a única ferramenta capaz de ajudar a prever eventos extremos. Em junho de 2016, por exemplo, Campinas registrou o fenômeno climático da microexplosão: a chuva forte e o vento com velocidade superior a 100 km/h provocou um rastro de destruição na metrópole, incluindo danos em 500 imóveis, incluindo destelhamento de um shopping, quedas de 1,8 mil árvores e interrupção no serviço de energia para 100 mil residências.
Quatro pessoas ficaram feridas e quatro ficaram desabrigadas, segundo a Defesa Civil.
“São inúmeros os benefícios, tanto para a universidade quanto para a população, que contará com um sistema de avisos e alertas com alta resolução espacial e temporal”, falou Ana Ávila.
Objetivos
Atualmente, o Cepagri detém uma estação meteorológica e uma antena de satélite, que auxilia nas informações de monitoramento do clima na região.
A Unicamp frisou que o equipamento será força auxiliar na formulação das políticas de prevenção e enfrentamento a eventos extremos, ao fornecer dados para a Defesa Civil e subsidiar pesquisas que devem ser desenvolvidas pela própria universidade sobre o clima, agricultura e recursos hídricos.
“Pretende-se contar com instituições parceiras também. Certamente isso deverá acontecer. É um processo em construção”, completou a pesquisadora do Cepagri.
O que diz a Agemcamp?
O diretor-executivo da Agemcamp, Benjamim Bill Vieira de Souza, explicou que as discussões começaram em 2018 e enfatizou a qualidade do radar que será comprado. Os recursos para compra foram disponibilizados pela agência por meio do Fundo de Desenvolvimento (Fundocamp), que financia programas e projetos de interesse dos municípios da RMC.
“Teremos um equipamento de primeira linha, nos mesmos padrões de resposta e alerta dos equipamentos dos Estados Unidos […] Nosso propósito é entregar resultados efetivos à sociedade.”
Fonte: g1 Campinas e Região