Para que vírus não circule, cobertura vacinal precisa ser acima de 80% da população, diz especialista. Estado de São Paulo registra mais de 600 casos da doença este ano.
O índice de vacinação contra o sarampo em Rio Claro é preocupante, segundo os especialistas de saúde. Apenas 55% das crianças de um ano de idade tomaram a primeira dose este ano. A cobertura da segunda dose, que deve ser tomada por crianças aos 15 meses de vida, é ainda menor: 42%.
“Indica que a gente está em uma situação de alerta, que a gente tem que ter cuidado, como se fosse um sinal amarelo. Para que um vírus não circule, acima de 80% da população têm que estar vacinados”, afirmou a infectologista Suzi Berbert.
Neste ano, já foram registrados 633 casos de sarampo no estado de São Paulo, segundo balanço divulgado terça-feira (30) pela Secretaria Estadual de Saúde. O último levantamento, em 19 de julho, apontava 484 casos, o que representa crescimento de 30% em 11 dias (clique aqui para ver as cidades que têm casos de sarampo no estado).
Este ano, o Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo, concedido pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS/OMS), em 2016.
“Se você tem uma pessoa que não está vacinada e as que estão ao redor são vacinadas isso forma um escudo e o vírus não vai conseguir entrar e atingir aquela pessoa. A partir do momento em que várias pessoas não foram vacinadas é criado um corredor de circulação para o vírus, ele consegue penetrar esse escudo e causa a doença”, explicou Suzi.
A procura por outras vacinas também é baixa em Rio Claro. Apenas 19,4% das crianças tomaram a tetravalente, que imuniza as crianças contra difteria, tétano, coqueluche, meningite.
Como funciona a vacinação de sarampo
De acordo com o Ministério da Saúde, a criança deve tomar uma dose da vacina contra o sarampo aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses (a tetra viral) de vida.
Esse esquema de vacinação foi iniciada no início dos anos 2000, anteriormente a vacina era aplicada em dose única aos 9 meses de idade. Então quem tem entre 15 e 49 anos e não tomou a segunda dose o Ministério da Saúde preconiza:
- Até os 29 anos: duas doses, da tríplice ou tetra viral
- Dos 30 aos 49 anos: dose única, da tríplice ou tetra viral

Fonte: G1 São Carlos e Araraquara