Anuncie aqui

Energias verdes

A União Europeia anunciou que irá incluir a energia nuclear e o gás natural na definição de “energia verde”. A França apresentou dias atrás um plano de 50 bilhões de euros para construção de novas usinas (cada uma custa em média 22,5 bilhões). A vizinha Argentina alardeou um acordo com a China também para a construção de uma usina nuclear, em Buenos Aires.

A inclusão destas energias no contexto de “energia verde” é bem polêmica e divide opiniões: serão elas energias de transição para outras mais sustentáveis?

Será que as centrais nucleares têm controle sobre potenciais acidentes e quanto ao problema de estocagem de resíduos radioativos quando os manda o fundo do mar? No livro “100 Iniciativas poderosas para a resolver a crise climática”, organizado por Paul Hawken, consta que as usinas nucleares usam pouco espaço e têm uma boa vida útil.

Anuncie aqui

Contudo, a Alemanha está indo na contramão da Europa e irá eliminar justamente as suas últimas usinas nucleares ativas até o final deste ano. Quer chegar a 80% de sua produção de energia com infraestrutura solar e eólia até 2030.

Já o gás natural, também classificado como sustentável, é uma fonte bem menos poluente do que os derivados de petróleo e de carvão natural.

No Brasil, no ano passado foi publicado o novo marco regulatório do gás natural, com o intuito de deixar o seguimento mais competitivo, menos centrado e mais rentável. A principal alteração que a Lei nº 14.134/2021 trouxe foi a mudança do modelo de concessão para o de autorização (menos burocrática). Dentre os setores com mais potencial para o gás natural estão siderurgia, alumínio, papel e celulose e mineração. A Confederação Nacional das Indústrias estima que, com a nova lei, os investimentos poderão chegar a R$ 150 bilhões até 2030.

Além da nuclear e do gás natural, um olhar atento para o tema “energia” demonstra que fazendas solares representam 0,4% da geração global, com potencial de crescimento de 10%, propiciando evitar a emissão de 36,9 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono, economizando-se 05 trilhões de dólares em custos operacionais até 2050.
Já as turbinas eólicas fornecem cerca de 3,7% da eletricidade global. Só na Espanha, 10 milhões de casas são abastecidas pelo “vento”. A Dinamarca atende 40% de sua necessidade pela energia eólica e o Uruguai, 15%. Os custos desta energia vêm diminuindo em razão de melhorias tecnológicas, mas ainda longe do ideal esperado.

Toda essa introdução é importante porque, segundo a United Nations Environmental Program – UNEP -, 759 milhões de pessoas no mundo ainda carecem de energia elétrica.

Serão 660 milhões sem energia em 2030. E o que é pior, o setor energético é responsável pela emissão de 75% dos gases de efeito estufa.

Fácil ver que as energias renováveis certamente são um dos grandes pilares da humanidade para combater as mudanças climáticas.

Desafio primário, que diminui o desenvolvimento de projetos em energias renováveis, é a lacuna em financiamentos e a dificuldade de gestão de sua intermitência (garantir a oferta e distribuição por todo o tempo!), o que faz com que o mundo ainda esteja priorizando fontes que tragam segurança, como o gás natural e o petróleo, segundo dados do jornal Valor Econômico.

Porém, é inquestionável que o caminho para combater as mudanças climáticas é diminuir a produção de combustíveis fósseis em 6% ao ano, até 2030.

O tema é desafiador diante das opções e da imposição de metas e prazos visando à neutralidade em carbono. A energia atômica é caríssima, demoradas as suas obras e apresenta riscos de contaminação e de disposição de resíduos. O gás, hoje com “selo verde”, menos prejudicial que o óleo e o carvão, servirá, ao menos na Europa, como bom meio energético de transição até 2030. Idem no Brasil, agora com a Lei nº 14.134/2021.
Se analisadas todas as possibilidades, riscos, investimentos e o viés da sustentabilidade, a grande sacada será mirar em energias realmente verdes, como a eólica e solar, de acordo com as demandas e características de cada localidade no Planeta.

2050 não está longe e será o prazo final estabelecido na COP 26 para se baixar emissões de carbono.


William Nagib Filho, com a colaboração de Carol M. Palma, Advogados

Anuncie aqui

Mais artigos do autor

Anuncie aqui
Anuncie aqui

Curta nossa página no Facebook

Anuncie aqui
Anuncie aqui

Outros artigos

TCE suspende novamente licitação para coleta de lixo

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) determinou a suspensão do Pregão Presencial marcado para esta quinta-feira (10) pela Secretaria do...

Oito de Março: Para homenagear as Mulheres, colaborador do Cidade Azul Notícias faz um Acróstico

Por: Antonio Fais D ama forte e decidida I nteligente e destemida A mulher é mais que um gênero I nspirando mudanças sem medo N ão se limita a...

A metrópole dos esquecidos

Anuncie aqui

Mais notícias

McDia Feliz 2024 arrecada R$26,2 milhões e destina R$1,5 milhão ao Rio Grande do Sul

Valor será investido em projetos em prol da cura do câncer infantojuvenil e da educação de estudantes de escolas públicas, além de apoiar a...

Festa Nordestina no Parque Lago Azul une cultura, gastronomia e diversão até domingo

Primeira noite destacou atrações, mas público foi abaixo do esperado; estrutura recebe elogios A tradicional Festa Nordestina retornou ao Parque Lago Azul, trazendo o melhor...