Aumento de algumas matérias-primas chega a 150%.
Os produtos cerâmicos de revestimento e decoração estão entre aqueles que tiveram alta de preço com a retomada da economia, após a quarentena imposta pela pandemia de coronavírus.
A justificativa, segundo fabricantes, é a alta dos insumos, algo que impacta diretamente as indústrias de Porto Ferreira e Santa Gertrudes (SP), dois polos nacionais importantes na fabricação de cerâmica decorativa e de revestimento, respectivamente.
Construção civil
Os preços de mMateriais de construção de uma forma geral subiram no último ano. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o índice nacional de custo de construção registra uma alta acumulada superior a 17,5%, nos últimos 12 meses. No caso dos insumos para fabricação de cerâmica, o aumento foi ainda mais expressivo e passa dos 150%.
Segundo o diretor de relações institucionais da Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), Luís Fernando Quilici, a indústria ceramista precisou repassar os aumentos para o consumidor.
“É difícil para a indústria que vive numa crise há muitos anos, absorver por completo esse tamanho de reajustes que impactaram a produção, o que se fez foi repassar o impacto desses reajustes sem aumento das margens das indústrias”, afirmou.
Além do aumento dos insumos, os preços dos revestimentos de cerâmica e porcelanato foram impulsionados pela alta procura, demanda que também afetou o prazo de entrega dos produtos.
Decoração
Já no setor de decoração, as empresas estão perdendo vendas por causa da alta de preços, segundo o presidente da Associação Comercial de Porto Ferreira, Leandro Gentina.
“O cliente final acaba tendo o poder de compra reduzido, com isso até as vendas online que estavam bastante aquecidas, agora apresentam queda de faturamento”, disse.
De acordo com a Aspacer, a tendência futura é de estabilização dos preços dos insumos e regulação dos valores dos produtos finais.