Representatividade fora do eixo
Assunto em destaque nos meios de comunicação e nas redes sociais desde a última sexta-feira, o fechamento do acesso ao bairro São Bento, nas imediações do quilômetro 183 da Rodovia Washington Luis – a exemplo do que já ocorrera no 184 – foi o centro das atenções na ordinária de ontem da Câmara de Rio Claro.
Com maior ou menor ênfase, todos centralizaram as críticas à concessionária Eixo-SP, que, por sua vez, alega ter cumprido decisão judicial onde teria sido apontada a ausência de autorização do DER ou da ARTESP para abertura dos acessos atualmente bloqueados.
Passou ao largo das discussões, no entanto, um dos principais motivos para a atitude da concessionária sem qualquer aviso ou diálogo com os usuários e a administração municipal: a evidente perda de representatividade política de Rio Claro ao não reelegermos, em 2018, o deputado Aldo Demarchi à Assembleia Legislativa.
Independentemente das preferências partidárias ou ideológicas, durante seis mandatos consecutivos ele sempre esteve disponível e empenhado na busca de solução para os problemas locais e da região.
Na área de transportes, principalmente, ocupou lugar destacado entre os 94 componentes da Alesp. Não apenas participou da comissão permanente do setor, como foi seu presidente. Sem contar que, por duas vezes, fez parte do trio de comando da maior Assembleia Legislativa do país.
A exemplo de outros nomes tradicionais, Aldo Demarchi perdeu votos na eleição que consagrou o bolsonarismo e muitos que surfaram na onda do capitão. Que o diga Janaína Paschoal e seus impressionantes 2 milhões de sufrágios – dos quais 12 mil em Rio Claro, onde dificilmente ela consegue chegar sem ajuda do GPS.
Não podemos ignorar também os candidatos ungidos por denominações religiosas e a divisão provocada em nível local pelas habituais candidaturas lançadas apenas para reforçar legendas ou de olho nas eleições municipais.
O resultado dessa combinação é que regredimos ao estágio anterior a 1995, quando esmolávamos atenção dos deputados de Limeira, Piracicaba, São Paulo e tantas outras cidades. Para piorar, os que pelo menos vez ou outra dão as caras em Rio Claro são todos do baixo clero, sem expressão e prestígio nas altas esferas do poder no Estado.