Mesmo com protestos contrários, proposta avança com ampla maioria; segunda votação ocorre nesta quinta-feira.
Em uma sessão extraordinária realizada nesta quarta-feira (19), a Câmara Municipal de Rio Claro aprovou, em primeiro turno, o projeto de lei proposto pelo prefeito Gustavo Perissinotto (PSD), que prevê a transformação do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (DAAE) em uma empresa pública. A medida é um passo inicial para uma futura conversão da autarquia em sociedade anônima, permitindo a venda de ações no mercado e a participação da iniciativa privada na gestão da companhia.
Apesar da presença massiva de manifestantes contrários à proposta, o projeto passou com expressiva maioria: 16 votos favoráveis contra apenas três contrários. A votação, que durou menos de 30 minutos, foi marcada por discursos acalorados daqueles que se posicionaram contra a medida.
O vereador Moisés Marques (PL) criticou a decisão, alegando que a administração municipal estaria promovendo um sucateamento deliberado do DAAE para justificar a mudança. Rafael Andreeta (Republicanos) também se opôs à proposta, afirmando que os problemas estruturais da autarquia começaram em gestões anteriores, enquanto Tiemi Nevoeiro (Republicanos) destacou que, apesar de ser favorável a privatizações, não acredita que essa seja a melhor solução para o caso específico do DAAE.
Por outro lado, um posicionamento que surpreendeu foi o de Rodrigo Guedes (União Brasil), que, após sucessivas críticas à situação do departamento, optou por apoiar o projeto. Em sua justificativa, afirmou que a atual condição da autarquia é insustentável.
A segunda e decisiva votação do projeto ocorre nesta quinta-feira (20), às 15h, no plenário da Câmara, e promete novos embates entre parlamentares e a população que acompanha de perto o futuro da gestão do saneamento no município.
Os vereadores que votaram a favor do projeto foram: Adriano La Torre (PP), Ananias do Espetinho (MDB), Claudino Galego (PP), Dalberto Christofoletti (PSD), Diego Gonzales (PSD), Elias Custódio (PSD), Fernando do Nordeste (PSD), Emílio Cerri (Podemos), Hernani Leonhardt (MDB), Serginho Carnevale (PSD), Julinho Lopes (PP), José Pereira (PSD), Paulo Guedes (PP), Rodrigo Guedes (União Brasil), Sivaldo Faísca (PL) e Val Demarchi (PL).