Segundo a Vigilância Epidemiológica, sete casos foram descartados e outros sete aguardam resultados de exames.
A Vigilância Epidemiológica de Pirassununga (SP) confirmou nesta quarta-feira (18) mais dois casos de sarampo na da Academia da Força Aérea (AFA). Agora já são 97 o número de contaminados no surto que atingiu a unidade entre janeiro e fevereiro.
De acordo com a Vigilância, sete casos foram descartados e há outros sete aguardando os resultados de exames.
Notificações de sarampo
Os alunos chegaram à AFA em 9 de janeiro e as primeiras notificações – cerca de 20 –aconteceram formalmente em 31 de janeiro. Os alunos que apresentavam sintomas foram isolados, mas novas notificações foram relatadas nos dias que se seguiram, totalizando 101 até 24 de fevereiro.
A Vigilância Epidemiológica de Pirassununga ainda investiga a fonte da contaminação que resultou no surto de sarampo. A principal suspeita é que tenha se iniciado com um aluno que veio do Rio de Janeiro.
No início de março, a Vigilância confirmou que havia 76 casos sendo que 74 eram dos alunos do primeiro ano e dois casos de civis: uma mulher que esteve no hospital da AFA em 30 de janeiro e uma mulher que tem contato com uma pessoa que trabalha no mesmo hospital. As duas não tinham as duas doses da vacina.
Confinamento contribuiu com disseminação do vírus
Segundo a coordenadora de enfermagem da Vigilância Epidemiológica de Pirassununga, Patrícia Isabela Cascardo Mellario, a situação de confinamento contribuiu para a disseminação do vírus.
“É uma somatória de fatores: o sarampo é altamente contagioso, uma pessoa passa para outras 18. É aerossol, ele fica em suspensão no ar e o vírus pode sobreviver de 4 a 6 horas no ambiente. Então nessa situação de confinamento que eles estão – é tudo junto o tempo inteiro, desde tomar banho, dormir, comer – e neste período de quarentena, que é o período de adaptação quando eles entram, são expostos a um estresse intenso que faz parte de qualquer treinamento militar, o sistema imunológico deles fica comprometido”, explicou.
Além disso, o levantamento da situação vacinal dos alunos apontou que, pelo menos, 26 tinham tomado apenas uma das duas doses recomendadas para o sarampo e vários tinham tomado a vacina há mais de dez anos.
Mas, segundo a enfermeira, um fator decisivo foi a demora no aparecimento dos sintomas. “Como o sarampo começa a ser transmitido seis dias antes das manchas vermelhas aparecerem, então quando os casos surgiram as pessoas já estavam transmitindo antes. O período de encubação do sarampo é de 7 a 21 dias, então às vezes a pessoa teve contato e vai demorar 21 dias para desenvolver.”
Por nota, quando os primeiros casos foram confirmados, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica afirmou que foram adotados todos os protocolos definidos pelo Ministério da Saúde, como medidas de controle para evitar a circulação viral, o isolamento dos casos suspeitos durante o período de transmissão, suspensão da participação dos cadetes em atividades coletivas, bem como a utilização de equipamentos de proteção individual por parte dos profissionais que estavam prestando assistência aos casos suspeitos.
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara