Gerente de Investimentos e Funding da Sicredi Dexis dá três dicas para não cair em golpes.
Ações, renda fixa, criptoativos…a lista de produtos financeiros voltados para investidores é grande, mas como fazer escolhas assertivas, mitigar riscos e não cair em golpes?
O gerente de Investimentos e Funding da Sicredi Dexis, Roberto Rodrigues, dá três dicas: conhecer as principais categorias e produtos de investimentos, conhecer o histórico e credenciais do agente de investimentos e, por fim, conhecer a instituição ou empresa que faz a gestão do produto financeiro.
Em relação aos tipos de investimentos, é necessário entender sobre renda fixa e variável. “Renda Fixa são as operações entre duas ou mais partes em que há um acordo de empréstimo de recursos, para o qual são estipulados o prazo da operação e a forma de remuneração”, explica. Um exemplo de ativo de renda fixa são os títulos públicos federais pós-fixados, o Tesouro Selic. “Esse título pós-fixado está em 13,75% ao ano, o que dá pouco mais de 1% de rentabilidade ao mês. Se alguém oferecer 1,3% ao mês em um ativo privado pode até ser razoável, se tiver um pouco mais de risco, quem sabe 1,5%… agora se oferecer 5% de rentabilidade ao mês, é para ficar com o pé atrás”, diz Rodrigues.
A principal forma de analisar um ativo de renda fixa é por meio da nota de qualidade do crédito – rating – que mostra se o emissor é bom pagador. “O rating é uma régua que diz se esse emissor de ativos (instituição financeira ou SA, por exemplo) é bom pagador e se tem condição de arcar com os compromissos assumidos”.
Já na renda variável, como as ações, não há necessariamente um acordo sobre prazo, valor e formas de pagamento. “Quem investe nesse tipo de ativo busca ter ganho de capital com a valorização, ou seja, está sujeito ao desempenho do ativo. Se o título valorizar, o investidor ganhará dinheiro”, explica. Ele continua: “o problema é que às vezes aparecem pessoas oferecendo ativos que darão rendimento cinco, seis vezes maior do que a renda fixa convencional e dizendo que o risco é baixo, que é um investimento relativamente simples etc. Isso não existe: ou é golpe ou alguém está desesperadamente precisando de dinheiro e em algum momento vai deixar de cumprir as obrigações”, aconselha. Também é preciso ficar atento ao histórico do investimento.
Sobre o perfil do agente de investimento, a principal dica do gerente é conferir as certificações que esse profissional tem. “Há uma série de certificações no mercado, de especialista em investimentos, consultor, planejador financeiro, agente autônomo etc. Confirme se quem está apresentando o produto tem uma delas. Obter uma certificação exige dedicação para passar nas provas e há muito conteúdo relacionado à ética profissional, então dificilmente um especialista em investimentos sério, certificado, vai correr o risco de manchar a reputação infringindo um princípio ético da profissão”.
Por fim, é preciso conhecer as credenciais da empresa ou instituição que faz a gestão desse produto. “Os mercados de renda fixa, variável etc têm certo grau de transparência e disponibilizam informações que são possíveis de ser acessadas e comparadas. Verifique se há registro dessa empresa de investimentos nos órgãos reguladores, se a empresa está credenciada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central. Isso dá mais segurança para aplicar o recurso em produtos fiscalizados, que estão dentro do nosso sistema financeiro nacional, que é um dos mais seguros do mundo”, explica Rodrigues.