Anuncie aqui

O futuro da indústria brasileira depende de uma política industrial eficaz

Por Gino Paulucci Jr.*

O Brasil tem uma longa história industrial, mas também uma tradição de desafios que comprometem sua competitividade global. A ausência de uma política industrial sólida ao longo das décadas comprovadas em um setor produtivo que oscila entre ciclos de crescimento e retração, sem a previsibilidade necessária para investimentos de longo prazo. Agora, com a “Nova Indústria Brasil” (NIB) e outras iniciativas, surge uma oportunidade de fortalecer a base produtiva nacional e criar um ambiente mais favorável para a inovação e a sustentabilidade.

Uma política industrial eficiente precisa atuar em frentes complementares. Primeiramente, é necessário garantir um ambiente de negócios estável, com segurança jurídica e regulação adequada. A recente aprovação da Reforma Tributária é um avanço, pois reduz as distorções que encarecem a produção industrial e dificultam a competitividade internacional das empresas brasileiras.

Anuncie aqui

Ao eliminar a cumulatividade de impostos e desonerar investimentos e exportações, o setor produtivo ganha mais eficiência e competitividade.

Dentro da agenda de política industrial, temos ainda uma depreciação acelerada, que permite que as empresas amortizem seus investimentos em maquinário e tecnologia de forma mais rápida. Essa medida incentiva a renovação do parque industrial brasileiro, estimulando a produtividade e diminuindo o tempo de retorno sobre o capital investido.

Com essa política, é possível modernizar o setor e contribuir para a eficiência operacional, tornando as indústrias brasileiras mais competitivas no mercado global.

O acesso ao financiamento também é um fator crítico para o fortalecimento da indústria nacional. A nova Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), recentemente aprovada, amplia o financiamento para investimentos produtivos e reduz parcialmente os custos do crédito para a modernização industrial e em infraestrutura. Da mesma forma, iniciativas como o Fundo Clima e o Plano Mais Produção são importantes, pois, garantem que as empresas possam acessar capital a custos mais baixos para investir em soluções sustentáveis. E programas como o BNDES Mais Inovação e o Brasil Mais Produtivo têm um papel fundamental para viabilizar algum financiamento para a adoção de tecnologias 4.0.

Mas o Brasil ainda enfrenta dificuldades em oferecer crédito competitivo para suas questões, especialmente quando comparado a países desenvolvidos que contam com taxas básicas baixas, neste sentido entendemos que são ações imprescindíveis que permitem uma redução consistente da taxa básica de juros.

O Brasil precisa urgentemente modernizar e aumentar seu estoque de capital produtivo, precisa melhorar sua produtividade para evitar os chamados “voos de galinhas” e para competir globalmente. Somente com investimentos robustos o país terá condições de atingir esses objetivos crescendo de forma sustentada.

Precisa também de mão de obra entregue. Iniciativas que aproximam o setor produtivo de instituições de ensino, como as parcerias com SENAI e institutos federais, são importantes para preparar profissionais para um mercado em constante transformação. Mas é necessário expandir essas políticas para garantir que as empresas tenham acesso a trabalhadores capacitados, impulsionando a inovação e a competitividade.

Por fim, a sustentabilidade deve estar no centro das decisões estratégicas do país. O incentivo ao uso de tecnologias limpas deve ser tratado como prioridade. O mundo precisa caminhar urgentemente para uma economia de baixo carbono, e o Brasil tem todas as condições de liderança essa transição.

A história nos mostra que os países que investiram de forma consistente em sua indústria são os que mais prosperaram. Para alcançar esse futuro promissor, precisamos de continuidade e comprometimento na execução de políticas públicas, com trabalho em conjunto do governo, setor produtivo e sociedade.

O Brasil não pode mais perder tempo com soluções paliativas. A hora de agir é agora.

* Gino Paulucci Jr. – Engenheiro mecânico, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

Anuncie aqui

Mais artigos do autor

Anuncie aqui
Anuncie aqui

Curta nossa página no Facebook

Anuncie aqui
Anuncie aqui

Outros artigos

Somos vasos quebrados

Gosto muito da sabedoria oriental e uma das que mais me encanta é a que está por trás da técnica kintsukuroi. Diz respeito à...

Soberano de minhas vontades

Por: Alessandro Lopes Coluna da Clarice Lispector #09 O título desta coluna é uma frase do livro “O Dilema do Porco Espinho: Como encarar a solidão”,...
Anuncie aqui

Mais notícias

Força Tática apreende mais de 100 porções de cocaína e prende traficante em Rio Claro

Durante patrulhamento no Jardim Chervezon, equipe da Polícia Militar flagrou indivíduo com drogas e dinheiro; buscas revelaram mais entorpecentes escondidos.   Na tarde de ontem (25),...

ROCAM captura foragido da Justiça no Jardim Araucária

Durante patrulhamento, equipe da Polícia Militar identificou e prendeu indivíduo com mandado de prisão por tráfico de drogas. Na tarde de sexta-feira (21), uma equipe...